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Estado de Minas EDITORIAL

Ataques gratuitos


27/11/2020 04:00

O Brasil só tem a perder com atitudes como a do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente da República Jair Bolsonaro, com ataques gratuitos e desnecessários ao maior parceiro comercial do país, a China. O mais recente foi a declaração de que o gigante asiático vai nos espionar com a tecnologia 5G, caso seja implantada em território nacional. Presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, o parlamentar extrapolou uma das mais básicas regras da diplomacia, a discrição e a temperança. Com isso, já existe movimentação no Legislativo para retirá-lo da presidência da comissão.

Por questões ideológicas, o deputado já havia acusado a China de ser responsável pela disseminação da pandemia do novo coronavírus, quase deflagrando uma indesejável crise diplomática. O Brasil não deve criar esses embates com seus parceiros seniores, tampouco ser ingênuo na hora de escolher qual tecnologia 5G é mais interessante aos aos interesses nacionais. Eduardo diz que os chineses podem espionar o Brasil com o 5G da empresa Huawei, mas parece esquecer que os Estados Unidos, concorrentes diretos dos asiáticos no bilionário mercado do 5G, já espionou o Brasil através da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA).

Na época, dezenas de telefones de autoridades brasileiras foram interceptados, inclusive o da presidente Dilma Rousseff, de ministros, diplomatas e assessores palacianos, conforme lista classificada pela agência de espionagem “ultrassecreta". Em retaliação, a presidente da República cancelou uma visita oficial aos Estados Unidos e o então vice-presidente americano, o hoje presidente eleito Joe Biden, desembarcou no Brasil para tentar consertar o estrago causado nas relações bilaterais.

Definitivamente, não se pode relevar o fato de que a China é o nosso principal parceiro nas transações externas, mesmo sendo comandada por um partido comunista, o que causa calafrios no grupo político do deputado Eduardo Bolsonaro e família. Os laços comerciais entre as duas nações têm de prevalecer em relação a posicionamentos ideológicos, sobretudo no ano em que o saldo positivo na balança comercial bateu recorde histórico, de US$ 32,5 até outubro. Ano passado foi de US$ 27,6 bilhões, conforme dados do Ministério da Economia.

O melhor caminho para o Brasil é ficar distante da batalha entre os líderes da economia mundial, tanto em relação ao 5G quanto a outras questões econômicas. O Palácio do Planalto e o Itamaraty devem se pautar, única e exclusivamente, pelos interesses maiores do país. Deixar que os dois gigantes resolvam suas questões e o Brasil sempre busque vantagens nessa luta de titãs.


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