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Um 2020 que valeu por cinco anos


27/11/2020 04:00

Augusto Camara Lopes
Fundador da Rede Atende Mais 

São muitas as razões pelas quais o ano de 2020 ficará marcado para sempre na história da humanidade. Primeiro, pelas inúmeras vidas perdidas em função do coronavírus; segundo, pela corrida insana pela vacina, seja puramente por razões de saúde pública ou por questões de poder e interesse político. Mas, sem dúvidas, a inovação tecnológica merecerá um capítulo à parte nos registros sobre o ano conturbado que vivemos.

A reviravolta ocorrida especialmente na área da saúde transformou completamente o cenário de um mercado conservador e burocrático, repleto de barreiras regulatórias e culturais. Do dia para a noite, o setor se viu obrigado a encontrar alternativas para atender pacientes de maneira remota, utilizando para isso tecnologias que já vinham sendo aplicadas com sucesso em segmentos considerados inovadores por natureza, como o financeiro e de varejo.

Tipicamente, o serviço remoto sob demanda 24/7 já era utilizado em outros países para questões não emergenciais, como resfriados, dores de ouvido e erupções cutâneas - tudo isso a um preço muito mais acessível do que o praticado pelo sistema presencial. Entretanto, durante a pandemia, ela chegou para ficar em terras brasileiras. E mais: surgiram inovações fundamentais para salvar vidas, como é o caso da UTI virtual do Hospital do Coração de Alagoas, que reuniu seis especialistas dedicados ao teleatendimento (um infectologista, um pneumologista, um cardiologista, um fisioterapeuta e um enfermeiro) e conseguiu atender 120 pacientes de forma simultânea, em diferentes pontos do estado.

A telemedicina não significa apenas a virtualização das atividades médicas, mas diz respeito, principalmente, à universalização da saúde, à ampliação da cobertura dos serviços e, em tempos de pandemia, aos cuidados do paciente sem riscos de contaminação. Ela tornou-se símbolo da humanização, sobretudo porque uma de suas principais potencialidades é sua capacidade de aumentar os relacionamentos de confiança entre profissionais de saúde, pacientes e seus familiares, estreitando a relação entre estes elos.

Tecnologias como big data, inteligência artificial, machine learning e cloud computing agora fazem parte da realidade de pacientes situados em regiões de difícil acesso, em modernas abordagens garantidas pela integração de serviços e sistemas móveis que vão muito além das videoconferências. Sem falar nos novos modelos de negócios que não param de nascer, como saúde por assinatura, por exemplo. São ideias recém-chegadas ao mercado com objetivo de atender diferentes nichos e facilitar o atendimento a parcelas da população que nunca receberam muita atenção do governo, tampouco da iniciativa privada.

Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 85% dos procedimentos atendidos pelo SUS são de baixa complexidade e, por isso, podem ser solucionados por médicos atuantes no nível de atenção primária. Segundo a Carteira de Serviços da Atenção Primária à Saúde (CaSAPS), esses casos reúnem vigilância em saúde (análise epidemiológica, emissão de atestados e laudos, mapeamentos, imunização, notificação de surtos e investigação de óbitos) e promoção à saúde (educação alimentar, acompanhamento do desenvolvimento de crianças, estímulo aos hábitos saudáveis e campanhas de aleitamento materno). Isso mostra o potencial da telemedicina e o quanto ela pode ser – e será – útil para cuidar de públicos localizados em regiões onde a logística de atendimento é complicada.

Agora que conseguimos reduzir os números da pandemia, o maior desafio é criar uma cadeia de serviços que gere valor para a população e reduza desperdícios. Talvez o caminho mais curto seja por meio de parcerias com a iniciativa privada.

Certamente, este foi um ano cuja evolução valeu por cinco. E o futuro da telemedicina vai depender de como os reguladores, os fornecedores, os contribuintes e os pacientes podem enfrentar estas provocações.


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