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Educação

Que o espírito humano se livre de crenças em fantasmas e abstrações sem nenhuma comprovação


28/10/2020 04:00 - atualizado 27/10/2020 20:35

Sacha Calmon
Advogado, coordenador da especialização em direito tributário da Faculdades Milton Campos, ex-professor titular da UFMG e UFRJ

O grande motor de crescimento econômico e, ao mesmo tempo, redutor das desigualdades sociais é a educação de todos os jovens de uma nação, desde o ensino básico, o médio e o superior (este último ao menos para 5% da população na faixa etária entre 20 e 35 anos – a meta desejável ideal).

Quanto à preferência disciplinar, é fundamental que os cérebros superiores se voltem às ciências estruturantes (microbiologia, física quântica, químicos, engenharia espacial, matemáticas).

O agronegócio, as máquinas ultramodernas e o espaço sideral são áreas especiais, sem falar na medicina profunda, antiviral e antibacteriana.

Se um país se deixar atrasar um pouco – falo de governos –, que a economia seja tocada pelos particulares, para se jogar de corpo e alma na educação, desde o pré-primário até os pós-doutorados, nas áreas mais requisitadas para crescer com qualidade no século 21, e que isso seja feito aqui e agora.

Até o ano 2050, saberemos os países líderes mundiais que se destacarão no planeta Terra. Para se ter uma ideia, hoje só é possível ir e voltar da estação espacial internacional, que está bem longe de nós, pela via dos contratos com a Rússia. As cápsulas espaciais Soyuz e os foguetes ultrassônicos russos são os mais eficientes, rápidos e adequados para a abordagem na estação espacial, de resto apolítica, um dos raros casos de cooperação entre as nações da Terra, que a esta altura dos acontecimentos dão-se ainda ao luxo tolo de lutar por hegemonia política (egoísmo institucional).

A época das grandes guerras deve entrar em nossas mentes como coisas do passado, além de ser imbecis resquícios do paleolítico, em que os animais se comiam para sobreviver.

Mas sobreviver para quê? Não certamente para sermos eternos, já que reles mortais somos nós todos, nem para ir ter com Deus ou o diabo, ideias vencidas pelo humanismo arreligioso do século 21, cuja ética é imanente à dignidade básica do ser humano, sem promessas infantis de recompensas ou castigos eternos, porquanto não somos nem pirralhos nem indignos por cometimento de um "pecado original", uma espécie de defeito a nós próprios imputado como mácula indelével, com a pena passando da pessoa do infrator para todas as gerações futuras, vez que essa mácula está na origem da espécie humana no planeta Terra, segundo a Bíblia e o Corão. Para o espiritismo, estamos aqui sendo testados a cada encarnação, para evoluir até chegar à santidade. Os budistas pensam do mesmo modo. Convenhamos, qual o motivo dessas divagações? Ocultar que Deus não está nem aí para a "condição humana", somos apenas animais pensantes. Não existe nenhum pecado original, e sim a evolução da espécie para o alto, cada vez mais.

Hoje, qualquer código penal impossibilita a transmissão das penas às futuras gerações. Assim sendo, uma falta original a ser paga por todas as gerações futuras é uma balela ilógica! A educação é para chegar ao domínio das técnicas científicas do bem viver, e do saber fazer tudo que for necessário para isso.

Quem já não desejou transcender ao seu tempo de vida no planeta para ver como será o mundo no futuro e, mais que isso, como será o futuro do homem em si, como serão as instituições e a organização do planeta? A paresia, "quando o lobo viverá ao lado do cordeiro", tem sido uma aspiração do espírito humano com repercuções nos livros sagrados do nosso passado mais vetusto, desde o maabarata hindu, o talmud dos hebreus, o zoroastrismo, o budismo zen, e está na Bíblia cristã.

Pois que seja assim. Que o mundo não mereça nenhum apocalipse, quando sobre nós cairão as estrelas do céu, mas um futuro risonho e maduro, habitado por seres que serão como os da mitologia grega, dotados do prazer de viver sem temer a morte, fonte de descanso e paz. E que cheguem a esse estágio todos os viventes por força da educação e do saber, sem medo de maldições sacerdotais.

A sobrevivência é da espécie, mas a morte é individual, daí essa preocupação com a vida após a morte. Mas a morte é descanso e paz. Não se precisa inventar espíritos eternos vagando pelo universo em corpo e alma. Assim como somos? Com necessidades fisiológicas? A alma? Sem corpo, o que vem a ser? Um ectoplasma, uma nuvem? Um pensamento? Tudo isso vem do medo da morte, já diziam as correntes céticas dos filósofos gregos!

Ó Deus, aparecei para acabar com essas divagações num dia esplendoroso, para que possamos vê-lo ou então que deixe o espírito humano livre de maldições no gozo de seus poderes e limitações, ou melhor, que o espírito humano se livre de crenças em fantasmas e abstrações sem nenhuma comprovação, pelo contrário.


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