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Estado de Minas Editorial

Um país de obesos


23/10/2020 04:00

Bastante preocupantes os números contidos em levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a obesidade no país. O estudo mostra que um quarto da população adulta brasileira encontra-se obesa, o que acarreta sérios problemas para a saúde pública. A tendência de ganho de peso pelas pessoas acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é geral, com destaque para os países de renda baixa ou média, caso do Brasil, obrigado a arcar com os custos no sistema de saúde causados, entre outras, por esta que pode ser considerada a enfermidade dos tempos modernos.

A pesquisa do IBGE mostra que 41,2 milhões de brasileiros (25,9% dos que estão acima de 18 anos) estão obesos, sendo 25 milhões de mulheres (29,5% da população feminina) e 16,2 milhões de homens (21,8% da população masculina). O último levantamento para aferir a quantidade de pessoas acima do peso indicado pela OMS foi feito em 2013, quando as cifras classificavam como obesos 25,7% das mulheres e 17,9% dos homens. Entre 2003 (início do estudo) e 2019, o número de adiposos mais que dobrou, passando de 12,2% para 26,8%.

A faixa etária que apresenta o maior ganho de peso está entre a população de 40 e 59 anos, chegando a 34,4%, e o percentual tem crescido tanto no excesso de peso quanto na obesidade em si. Já entre os adolescentes, a taxa de obesos é menor do que nos adultos, sendo que entre aqueles de 15 a 17 anos, 19,4% estavam acima do peso e 6,7% obesos, o que corresponde a 1,8 milhão de jovens. A maior incidência está nas adolescentes do sexo feminino, com taxa de 8%, contra 5,4% dos homens.

O que alarma a comunidade médica é o fato de que o sobrepeso e a obesidade são fatores de maior risco para a gravidade e morte por COVID-19, independentemente da idade, sexo ou outras comorbidades. Estudo nesse sentido foi publicado pela revista especializada Obesity Research and Clinical Practice por pesquisadores brasileiros. A obesidade pode, por exemplo, baixar a produção de interferones, as proteínas que impedem a replicação do vírus; células B, que produzem anticorpos neutralizantes; e linfócitos T, a resposta imune celular.

Especialistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), instituição reconhecida internacionalmente, também já confirmaram que o novo coronavírus tem a capacidade de infectar células de gordura em seres humanos, o que pode explicar o motivo pelo qual as pessoas obesas têm a tendência de desenvolver a forma mais grave da doença.

Em meio à onda negacionista quanto às descobertas científicas e tratamentos médicos, chegando ao absurdo de se politizar a vacinação contra a COVID-19, as autoridades deveriam desenvolver, urgentemente, um programa exequível para a redução da obesidade na população do país. Afinal, a saúde é um direito constitucional de todo cidadão e dever do Estado.


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