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Estado de Minas Editorial

A inércia do MEC


24/09/2020 04:00

"As consequências vêm depois", costumava repetir o conselheiro Acácio. Campeão de obviedades, o personagem de Eça de Queiroz deu origem ao adjetivo acaciano, que caracteriza o incontestável. É como dizer que ao dia sucede a noite, à primavera sucede o verão, a 2020 sucede 2021. Mas o faz com pompa, como se estivesse diante de segredo nunca antes revelado. 

Esse parece ser o comportamento do Ministério da Educação. A pasta é a mais sensível do país. Dela depende o salto qualitativo de que o Brasil precisa para superar o subdesenvolvimento. Apesar da importância, porém, gestores que lhe assumiram o comando desconheceram as urgências do setor. Pior: criaram factoides que roubaram tempo, desperdiçaram energia e atrasaram medidas urgentes.

É o caso de cumprir etapas acordadas em contrato. O Brasil conseguiu empréstimo de US$ 250 milhões do Banco Mundial para apoiar a reforma do ensino médio. Segundo o acerto firmado, o desembolso seria feito conforme previsto em cronograma fixado pelas partes. Trata-se de regra adotada pela instituição internacional para evitar atrasos e procrastinações.

A inércia do MEC, porém, levou ao bloqueio de repasses. Em 2018, estava prevista a chegada de US$ 55 milhões. Aportaram aqui US$ 40 milhões. Em 2019, dos US$ 60 milhões esperados, não houve nenhum ingresso. Há dois meses, já no segundo semestre de 2020, o ministério recebeu US$ 2,5 milhões.

Como frisa o conselheiro Acácio, as consequências vêm depois. E vieram. Em 2018 e 2019, além de privar o setor de 63% do montante a que teria direito se tivesse alcançado as metas programadas – US$ 72,5 milhões, o MEC teve de pagar multa pela negligência. Em português claro: somou perdas.

Passada a tragédia protagonizada por Ricardo Vélez e Abraham Weintrub, cujo exercício à frente da pasta se pautou por despreparo, negligência e ideologia ultrapassada, espera-se que Milton Ribeiro olhe a educação com o respeito que o setor exige. O ensino médio, foco do empréstimo do Banco Mundial, é o maior desafio que tem pela frente.

A evasão e o abandono têm marcado essa etapa escolar. Reter os jovens nas salas de aula tem sido guerra que acumula derrotas. Em 2018, cerca de quatro em cada 10 brasileiros de 19 anos não concluíram o ensino médio. A pandemia, com certeza, agravou o quadro. É dramático, sobretudo, quando se sabe que boa parte de quem abandona o sistema escolar engrossa as fileiras do crime.


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