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Estado de Minas EDITORIAL

Com inflação não se brinca


14/09/2020 04:00

O Banco Central reúne-se nesta semana para definir os rumos da taxa básica de juros (Selic), que está no nível mais baixo da história: 2% ao ano. É um alívio quando o país enfrenta a maior recessão da história, provocada por uma pandemia que fez estragos em todo o mundo. Apesar do quadro econômico caótico, espera-se que a autoridade monetária mantenha o juízo que tem guiado suas ações nos últimos tempos.

Com a inflação dos alimentos em disparada – pode chegar a 10% neste ano –, e a situação fiscal em franca deterioração, não há mais espaço para tentativas de acerto e erros. Por mais que haja apelos – inclusive, do presidente da República – por mais redução dos juros, o bom senso indica que o Banco Central deve agir com cautela. Qualquer passo em falso poderá trazer de volta o pior imposto para os pobres. 

Os mais afoitos vão dizer que as estimativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estão rodando em torno de 2%, bem abaixo da meta prevista para este ano. Mas todas as lições indicam que, ao menor descuido, o que está subindo devagarzinho, de repente, transforma-se em um mostro. Exemplos não faltam. Basta retroagirmos a 2010, quando estripulias do governo foram alimentando a inflação, a ponto de, em 2015, superar em quatro pontos percentuais o teto da meta perseguida pelo BC. 
  
Por enquanto, o índice oficial de inflação está baixo porque os preços do setor de serviços sentem os reflexos do forte tombo da demanda. Mas, com a retomada lenta da economia, a tendência é de as margens de lucro serem gradualmente recompostas. Num ambiente em que os alimentos estão em alta, tal movimento fica mais fácil. Há, ainda, o complicador do câmbio. O dólar não dá sinais de quedas substanciais. Portanto, continuará pressionando os custos das empresas. 

Para 2021, quando se projeta crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ligeiramente acima de 2%, fala-se em inflação entre 3% e 4%, ou seja, quase o dobro do esperado para este ano. Tradicionalmente, o Banco Central costuma conduzir a política monetária olhando para um horizonte de 12 meses à frente. Portanto, caso se deixe contaminar pelo populismo que domina o Palácio do Planalto, jogará por terra seu maior trunfo: a credibilidade. 

Juros baixos são sempre desejáveis. E vitais para que as empresas ampliem seus investimentos e a população consuma. Contudo, isso só será possível se o Banco Central continuar levando adiante uma política consistente de controle da inflação. Os riscos de choques adversos estão se acentuando. Contê-los faz parte das boas práticas de gestão. Não será agora, depois de tantos esforços para chegarmos ao patamar mais baixo da taxa Selic, que tudo será colocado a perder. O Brasil não merece isso. 


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