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Estado de Minas EDITORIAL

A pandemia e o negacionismo


05/09/2020 04:00

De tempos em tempos, a razão é deixada de lado e a humanidade sofre as consequências por tamanho desatino. Isso é o que vem acontecendo em diversos países, com o surgimento de movimentos conduzidos por grupos conservadores e religiosos radicais que negam a gravidade da pandemia do novo coronavírus e questionam os trabalhos científicos de combate à COVID-19 desenvolvidos até agora. Mobilizações contrárias à ciência já ocorreram em várias épocas da história, como a Revolta da Vacina, no início do século passado, no Rio de Janeiro, em protesto à obrigatoriedade da vacinação contra a varíola.

Manifestações se espalham pela Europa contra a reintrodução de medidas de enfrentamento à doença, como o isolamento e distanciamento social e o uso obrigatório de máscara, justamente quando avança a segunda onda de infecções pelo novo coronavírus. São negacionistas, adeptos da teoria da conspiração, que tomaram as ruas de cidades da Alemanha, Espanha, Irlanda, Bélgica, Holanda, França e Reino Unido nas últimas semanas. Protestos que chegaram à Coreia do Sul e Argentina, onde o presidente Alberto Fernández mantém, há cinco meses, a quarentena ininterrupta mais longa do planeta. Na nação asiática, a mobilização é de cunho religioso, devido ao fechamentos das igrejas.

Liderados por conhecidos grupos conservadores – inclusive de extrema-direita –, no continente europeu os protestos têm sido motivados muito mais pelas teorias conspiratórias e negacionistas da ciência do que pela condução da crise sanitária, social e econômica provocada pela pandemia, que já matou mais de 850 mil pessoas no mundo. Um grupo espanhol denominado Stop Confinamiento chegou ao absurdo de tentar provar que tudo não passa de uma grande mentira concebida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o bilionário Bill Gates e a imprensa global.

O despautério chega mais longe na Bélgica, onde o grupo Viruswaanzin (Loucura viral), com atuação também na Holanda, processou o Estado e o fundador da Microsoft por “medidas desproporcionais” tomadas pelo governo diante da ameaça da COVID-19. E o norte-americano Bill Gates por disseminar “falsidades” relacionadas à doença. Recentemente, capitais como Berlim e Dublin foram palco de grandes protestos contrários ao uso de máscara e às restrições impostas pela pandemia.

Cientistas políticos veem um traço comum nas manifestações, além do negacionismo científico, apesar das especificidades de cada país. Entendem haver uma revolta contra as elites econômica, política, artística e midiática. Realidade que pode perfeitamente ser transportada para o Brasil, onde segmentos da sociedade vêm se rebelando contra as necessárias providências de combate ao novo coronavírus. Perigo que também precisa ser combatido por todos.


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