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Estado de Minas EDITORIAL

Tragédia do Rio


29/08/2020 04:00

Dizem que Deus, quando criou o mundo, distribuiu as belezas para os povos com extrema parcimônia. Concluída a obra, os beneficiados julgaram o resultado injusto. Reclamaram. O Rio havia recebido quinhão mais generoso. Com a sabedoria divina, o Senhor respondeu: “Não se precipitem. Aguardem os governantes que virão”.

Os acontecimentos que se sucedem no Rio de Janeiro confirmam a fala do Todo-Poderoso. Eleição após eleição, os fluminenses depositam a confiança em candidatos que os traem com a desenvoltura de quem anda para frente e a naturalidade de quem cumpre o destino manifesto da ex-capital do Brasil.

Nenhuma unidade da Federação tem o constrangimento de ter visto todos os governadores que estão vivos na mira da Justiça – Antony e Rosinha Garotinho, Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão, Moreira Franco. Cinco pararam atrás das grades. Sérgio Cabral, que continua preso, soma penas de 294 anos.

Agora chegou a vez de Wilson Witzel. Eleito há 18 meses com a bandeira de combate à corrupção e ao crime organizado, o ex-juiz foi afastado do cargo na manhã de ontem. Pesam contra ele acusações de corrupção na montagem de hospitais de campanha para tratamento da COVID-19.

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves assinou a ordem, que tem validade inicial de 180 dias. Outros políticos do estado figuram na lista do STJ. Mandados de prisão foram expedidos contra o Pastor Everaldo, presidente do PSC, e Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, braço direito de Witzel.

Helena Witzel também está envolvida no esquema. A polícia cumpriu mandado de busca e apreensão no escritório de advocacia da primeira-dama. O mesmo ocorreu com o vice-governador, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e mais 69 pessoas.

Trata-se de triste espetáculo encenado em plena pandemia. O palco, um estado que chora 17 mil vidas perdidas para a COVID-19, que divide o poder com o crime organizado, que abandona os mais vulneráveis às sanhas das milícias e do tráfico, que naturaliza a violência a ponto de indiscriminar bandido e mocinho.

O vice-governador, Cláudio Castro, assumiu o poder. Até quando? Ele também está no radar da Justiça. Além de administrar o estado que ainda luta com a crise sanitária, Castro terá de tomar decisões importantes. Entre elas, escolher o procurador-geral do Ministério Público local e definir se o Rio permanece no Regime de Recuperação Fiscal. Não é pouco.


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