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SUS na floresta amazônica


15/08/2020 04:00


Virgilio Viana
Engenheiro florestal pela Esalq, Ph.D. pela Universidade de Harvard, ex-secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento
 Sustentável do Amazonas e superintendente-geral da Fundação Amazonas Sustentável (FAS)

Sou pai de uma linda menina de 3 anos e todos os dias ela me faz ter um olhar diferente sobre o mundo. Passei a enxergar todas as suas complexidades como pai de menina e não somente como homem e marido, mas confesso que tive que passar por algumas mudanças para me tornar mais consciente e poder educá-la para um mundo que, infelizmente, traz muitos desafios às mulheres, e isso me preocupa.

Foi em 15 de maio de 2017 que a minha visão de mundo mudou para sempre. Por mais que os nove meses de gestação parecessem tempo suficiente para que minha ficha caísse, somente nesse dia, a partir da primeira troca de olhares, foi que realmente eu entendi o quão profundo ia ser.

Por coincidência, ou não, a data do nascimento da Liz está exatamente no meio de outras duas grandes mudanças pessoais. Em 2016, já empreendendo há cinco anos, me deparei com a necessidade de tomar decisões difíceis que beiravam a tênue linha entre a sobrevivência do meu negócio e a manutenção dos meus princípios morais e éticos. Falo isso porque alguns dos meus concorrentes deliberadamente "esqueciam" dessa "palavrinha", mas, graças à formação correta que obtive dos meus pais, percebi ali que não me identificava mais com esse mundo do "business as usual". Durante uma das minhas leituras, me deparei com o conceito dos negócios sociais e de impacto positivo começando e, a partir dali, senti uma mudança de ares profissionais para uma direção mais coerente com o que eu penso do mundo.

Na outra ponta, em abril de 2018, eu me tornava sócio da Positiv.a e, lá, meus sócios, minhas sócias e todo o time me fizeram perceber em profundidade o quanto o modelo de mundo atual não funciona mais. Esse modelo nos distanciou drasticamente da essência da vida, com suas práticas desumanas e desconectadas da nossa verdadeira natureza. Maltratamos a Terra, a maior das nossas casas, desprezamos o nosso corpo, nos tornando escravos da nossa própria ganância, produzindo efeitos desastrosos em todas as esferas do planeta.

Que bom que o mundo dos negócios despertou para uma nova abordagem. Não tenho dúvidas de que a busca pelo propósito além do lucro, aliado ao consumo mais consciente, será uma das grandes viradas que precisamos. Além dessas mudanças, acrescento, aqui, a necessidade de termos um mundo com mais lideranças femininas. Será um lugar melhor para todos e a vida me deu a chance de educar a minha filha para que ela seja consciente de todos os desafios que terá como mulher e, para isso, meu objetivo, como pai, é mostrar que ela é capaz de ser o que quiser e quando ela quiser, apesar de todos os desafios que ela enfrentará em um mundo machista e desigual.

O mundo precisa de homens melhores e esse é, talvez, meu primeiro grande passo para ajudar a construir o mundo que quero deixar para ela. Não tenho dúvidas de que me cercando de pessoas boas, caridosas, de coração aberto, espiritualizadas no sentido real da palavra e através do exemplo, começando dentro de casa, a minha filha será como essas pessoas. Exemplos valem muito mais que conselhos e pretendo manter-me firme e coerente nesse caminho.


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