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Estado de Minas Editorial

Solidariedade aos irmãos do Líbano


06/08/2020 04:00

Grandes tragédias sempre causam comoção. Guerras, tsunamis, terremotos, atentados têm o condão de mobilizar comunidades próximas ou distantes. O sentimento será tanto maior quanto maior for a relação entre as partes. Por esse motivo, a explosão no porto de Beirute, ocorrida na terça-feira, atinge os brasileiros de forma singular.

O Brasil tem laços históricos com o Líbano. D. Pedro II visitou a antiga Fenícia em 1876. Durante a viagem, falou aos camponeses sobre o império sul-americano, onde já vivia um pequeno número de libaneses. A visita incentivou o fluxo migratório, necessário, sobretudo, para substituir a mão de obra escrava que se avizinhava do fim.

De lá para cá, o Brasil se tornou a maior nação libanesa do mundo. Os 12 milhões de nativos, naturalizados e descendentes que se espalham pelo território nacional ultrapassam os 8 milhões de habitantes do pequeno país do Oriente Médio. A integração dos dois povos foi tal que pratos da culinária árabe figuram em festas, cardápios e mesas do dia a dia. É o caso do quibe, homus e esfirra.

A calamidade que se abateu sobre a cidade, que se reconstruiu depois de 15 anos de guerra civil, clama por respostas e por solidariedade. O que provocou a explosão de quase 3 mil toneladas de nitrato de amônio foi acidente, atentado terrorista, bombardeio por força militar estrangeira? Impõe-se esclarecer a questão para que não pairem dúvidas sobre a responsabilidade da autoria.

Embora não se tenha clareza sobre a causa da catástrofe, sabe-se das consequências. Os mortos, que ultrapassam uma centena e meia, os feridos, que chegam a 5 mil, e os deslocados, que se aproximam de 300 mil, agravam a situação do país, afundado em inédita crise política, social, econômica e sanitária.

Os números falam por si: inflação de 80%, moeda desvalorizada, desemprego de 30% dos trabalhadores, sistema de saúde em colapso por causa da pandemia, e população empobrecida, cuja face mais cruel são as 600 mil crianças que vivem abaixo da linha de pobreza. Os alimentos, 90% dos quais importados, tornaram-se muito caros em face da perda de valor da libra libanesa.

Sem ajuda internacional, o Estado não tem condições de atender às urgências. A diáspora libanesa, um dos pilares da economia fenícia, precisa multiplicar a ajuda. Socorro emergencial chega de países árabes, africanos, europeus e americanos. O presidente Jair Bolsonaro disse que porá uma aeronave à disposição da comunidade.

É pouco. Celeiro do mundo, o Brasil tem de doar alimentos, remédios, insumos, tecnologia e recursos indispensáveis à vida. A Marinha, que colabora com a segurança há 40 anos e se prepara para retornar ao país, necessita rever o calendário e permanecer por mais tempo no Mediterrâneo. Solidariedade nunca faltou aos brasileiros. Não há de faltar agora.   


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