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Educação: para quê e para quem?


04/08/2020 04:00

Walber Gonçalves de Souza
Professor e escritor

Começarei este artigo apresentando algumas interrogações sobre a educação brasileira que muita gente deve ter: de início, poderíamos questionar o que se quer com a educação brasileira. A quem ela serve? Quais são seus verdadeiros propósitos? A educação brasileira é um projeto de Estado e de desenvolvimento humano e social? Ou um projeto de governo? Respondidas essas primeiras questões, deixo uma última, que também merece estar no centro das nossas atenções: onde estudam os filhos da maioria dos nossos nobres políticos, funcionários públicos do alto escalão e empresários que conquistaram um patamar mínimo de sucesso em seus empreendimentos?.

Comecei este artigo com perguntas pois acredito que no cerne e confluência de todas as respostas que delas podem surgir, provavelmente, aparecerá a explicação do tamanho descaso que se mantém com a educação pública brasileira, haja vista a novela criada em relação ao Fundo Nacional da Educação Básica (Fundeb).

Vivemos, claramente, dentro do Brasil, dois países totalmente distintos. Não me refiro somente a questões políticas, mas principalmente às sociais. Tudo aqui escancara nossa complexidade social e demonstra o abismo social que divide nossa sociedade. Com a educação não é diferente.

Nossa educação, principalmente a pública, é tratada de uma forma tão sem valor que todas as discussões que giram em torno dela parecem não apresentar absolutamente nada, inclusive pela própria sociedade. Trata-se a educação como se ela fosse uma coisa qualquer, algo que não representa nada, simplesmente um gasto desnecessário ou um depósito de crianças e adolescentes. E de governo em governo nunca presenciamos, de fato, uma educação pública efetivamente de qualidade que atendesse a população. A não ser, como toda exceção da regra, uma escola aqui e outra acolá.

Com o Fundeb não foi diferente, uma discussão que se arrasta há anos, que ganhou notoriedade nas últimas semanas, transformou-se em palanque político, mas o cerne da questão mesmo continua inalterado: que é a gestão eficaz do recurso em prol da sua finalidade, que é promover o desenvolvimento das pessoas e do país.

Como não temos um projeto de educação pública para a nação, como não sabemos o que queremos com a nossa educação, o rumo que ela vai tomar tanto faz. Por isso, cada governo acredita, realmente, que pode fazer dela sua arma ideológica de controle social. Nossas escolas não fazem e nem tampouco propõem o desenvolvimento científico e humano, mas sim vivem repletas de tudo aquilo que não vai levar a lugar algum, até que venha o próximo governante e o seu mandato, trazendo sempre uma nova ideia mirabolante de desconstrução daquilo que nunca foi construído.

Podemos afirmar, com toda certeza, que nossa educação está longe, muito longe, de atender minimamente ao que apregoa a nossa Carta Magna: ser uma educação pública, universal e de qualidade. Infelizmente, ela ainda é usada para manter as desigualdades e não como meio de transformação. Mesmo que digam o contrário, a realidade está aí como a maior prova.


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