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A sensação de fracasso das aulas on-line


postado em 10/07/2020 04:00

Stella Azulay
Jornalista e coach comportamental com especialização em análise de perfil e neurociência comportamental

Canso de ler em grupos de mães nas redes sociais, em perfis individuais de mulheres e em grupos de professores sobre o estresse, a frustração e o cansaço emocional que as aulas on-line têm provocado.

As mães desabafam – principalmente as que precisam e continuam trabalhando mesmo em home office – que se sentem falhas na tarefa de ajudar os filhos com as aulas porque não dão conta. É uma sobrecarga de responsabilidades dentro de uma rotina que traz junto um contexto psicológico pesado.

Essas mães, teoricamente, devem ou deveriam cobrar dos filhos participação, resultados, apoiá-los nas provas, consolá-los, enviar respostas para a escola. E, no entanto, muitas se sentem incapazes (não importa o motivo), sufocadas, sem força para cobrar deles, que estão confinados.

Do outro lado estão os professores, que também se sentem cobrados pelas escolas e pelos pais. Muitos falam sobre o desânimo de ensinar a distância. Sentem que os alunos não estão envolvidos nas aulas conforme deveriam, que não conseguem desenvolver aulas on-line interessantes, que já não sabem mais "o que inventar". E a autoestima vai ladeira abaixo.

Os alunos estão agitados. Esforçam-se para não decepcionar os pais; para tentar aprender o que estão ensinando de novo; para fazer todos os trabalhos e tarefas; conseguir notas nas provas. E, também, sentem-se, muitas vezes, frustrados, desanimados e nem conseguem expressar isso para ninguém, o que é pior! Devem satisfação para os pais, para a escola.

A instituição de ensino, por sua vez, se sente na obrigação de manter o ritmo, de manter a grade curricular, de cumprir com o calendário do MEC, de proteger sua continuidade mantendo a estrutura para receber seus alunos de volta, pagando os professores e colaboradores.

Todos estão machucados. Todos estão se sentindo um tanto sozinhos nessa jornada. Todos estão com medo do novo, da volta, do futuro. Todos estão questionando o que é justo, o que é correto, o que é errado, o que é melhor e o que é pior. O fato é que não existem todas as respostas. Simplesmente não existem.

Mas eu enxergo uma solução que pode amenizar os conflitos internos e externos. E o nome dessa solução é comunicação.

Comunicação não se resume em envio de e-mails, em trocas de mensagens por WhatsApp, em contato durante a aula on-line. A comunicação, hoje, precisa ir além. Muito além.

Estamos todos carentes, vulneráveis, precisando mais do que nunca uns dos outros. E a única forma de estarmos juntos é por meio de eventos on-line, conversando sobre nossas realidades, sobre esses medos, sobre nossas dúvidas, buscando apoio nas palavras que nos confortam, que nos fazem sair do mundo da imaginação e passar para o mundo do contato pessoal.

Essas mães não são falhas; são verdadeiras heroínas. Nossos filhos são guerreiros. Os professores são super-heróis. As escolas são o quartel-general que jamais pode ruir, porque o QG é o lugar que reúne todas essas forças. Não vamos nos entregar ao inimigo. E nosso maior inimigo, hoje, é a nossa mente, nossos pensamentos.

Falem. Conversem sobre o que pensam e sentem. É um alívio. Façam seus filhos falarem. Escolas, promovam a escuta. Promovam os encontros. Promovam a empatia. Esse é o tema central. A empatia é o que vai nos salvar!


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