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Estado de Minas

A indústria precisa ser priorizada

A indústria necessita de políticas públicas de curto prazo para minimizar os impactos sobre a demanda e a oferta


postado em 09/07/2020 04:00 / atualizado em 08/07/2020 21:40

João Carlos Marchesan
Administrador de empresas, empresário e presidente do Conselho de Administração da Abimaq


A pandemia da COVID-19 impactou, fortemente, a indústria brasileira, em um momento onde começava a apresentar sinais de recuperação. Analisando o resultado da pesquisa Indicadores Conjunturais da Indústria Brasileira de Máquinas e Equipamentos referente ao mês de abril de 2020, juntamente com os dados da sondagem realizada no nosso setor sobre os impactos da COVID-19, os números deste mês vieram fortemente influenciados pelas restrições impostas pela pandemia.

Em abril/2020, a indústria de máquinas e equipamentos registrou queda de 27% no seu faturamento. Isso anulou todo o crescimento acumulado pelo setor no primeiro trimestre de 2020, que passou a acumular queda de 6,5% em relação ao mesmo período de 2019.

O recuo ocorreu tanto nas vendas realizadas no mercado interno (-28,5%) quanto no mercado externo (-41,6%) na análise interanual.

A sondagem que fizemos no início do mês de maio, no entanto, revelou que as empresas têm observado restrições de abastecimento, mas que esse não é o fator preponderante para a redução da atividade durante este período de quarentena.

O que tem levado alguns fabricantes de máquinas e equipamentos a paralisarem ou reduzirem suas atividades são outros fatores: cancelamento ou adiamento de projetos de investimento unilateralmente por parte dos seus clientes em razão da incertezas de ordem política e econômicas, e a restrição da mão de obra em razão das políticas de afastamento adotadas pela própria empresa.

Diante deste cenário de crise, acreditamos que além das medidas internas adotadas pelas empresas, a indústria necessita de políticas públicas de curto prazo para minimizar os impactos sobre a demanda e a oferta mencionados, ou seja, ações que envolvem crédito, carga tributária, infraestrutura, governança da cadeia produtiva, gestão de custos e questões trabalhistas.

Com relação às políticas de longo prazo, destacamos os seguintes desafios estruturais pelo lado da demanda: estabelecer dinâmica de crescimento sustentável, manter e criar empregos, políticas fiscais e tributárias harmonizadas com políticas monetárias, regime macroeconômico coerente com o desenvolvimento. Do lado da oferta, para além de reduzir o custo Brasil, necessitamos descentralizar o sistema financeiro, melhorar o suporte às pequenas e médias empresas, desonerar o investimento produtivo, financiar a modernização do maquinário nacional, reduzir a burocracia, financiar as exportações e fortalecer o sistema nacional de inovação tecnológisca.

Em contrapartida, a pandemia também revelou um lado positivo da indústria: a capacidade de responder rapidamente às dificuldades enfrentadas, o que poderá levar a uma transformação digital sem precedentes e sem volta. Uma tratativa inteligente da crise requer soluções ágeis e embasadas que prezem pelo entendimento entre funcionários, clientes, fornecedores e demais agentes da cadeia produtiva. Junto a sociedade, uma cooperação em torno de um objetivo comum de superação das dificuldades sanitárias, econômicas, políticas e sociais. Que esses aprendizados se multipliquem e orientem a nossa retomada pós-pandemia.

Porque será necessário, findada a crise, estimular a demanda. Dificilmente esse papel será exercido pelo setor privado após longo período de descapitalização.

O governo precisará, urgentemente, retomar os investimentos públicos nas obras de infraestrutura, que estão paradas deste o início da crise da Operação Lava-Jato, priorizando aquelas que já não dependem mais de projetos ou de licenciamentos. Também precisará priorizar a aprovação do novo Marco Legal das PPP e concessões públicas para abrir espaço para a iniciativa privada investir.

São medidas que, se bem coordenadas, poderão garantir a sustentabilidade das empresas e famílias durante a crise e alavancar os investimentos intensamente, tão logo a crise chegue ao fim.


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