(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas

A pandemia e o adiamento das eleições


postado em 08/07/2020 04:00

André Ziegmann
Mestre em ciência política e professor do Centro Universitário Internacional Uninter

A política é uma atividade de contato. Por isso, devido ao contexto da pandemia de COVID-19, veio em boa hora o adiamento das eleições municipais deste ano, para novembro. Mesmo assim, não será um pleito totalmente normal, e a doença e o adiamento trarão alguns desafios para candidatos e candidatas.

O primeiro, e mais óbvio, é que eleição significa aglomeração. Elas começam no período de escolha de candidatos e formação das alianças, e aumentam no período da campanha propriamente dita. É nesse momento que se iniciam os comícios, eventos de todos os tipos e o famoso corpo a corpo dos candidatos. Sendo a política uma atividade de contato, ele se intensifica nos períodos eleitorais.

Contudo, mesmo com a COVID-19 estando razoavelmente controlada no período da disputa, ainda haverá a memória do sofrimento e das dificuldades da crise sanitária. Isso levará ao fortalecimento de todas as mídias, como instrumentos de propaganda e aproximação com os eleitores. E não serão apenas as redes sociais. O rádio e a televisão, de forma inesperada, também, pois atingem as populações mais carentes.

Um segundo obstáculo será a forma como a população irá avaliar a postura diante da pandemia daqueles que pretendem se eleger para algum cargo. Muitos, sejam eles candidatos à reeleição ou da situação, que se prepararam para um ano de realizações, tiveram que gerir uma grande crise. Outros ainda podem ser cobrados por suas declarações e atitudes diante do problema. De qualquer forma, toda a situação embaralhou as corridas eleitorais deste ano. É a fortuna da política, já destacada por Nicolau Maquiavel no século 16, no livro O príncipe.

Outro elemento de dificuldade, e esse é o único aspecto negativo do adiamento, é o curto período da eleição até a posse de prefeitos e prefeitas. Por exemplo, aqueles eleitos no segundo turno, que agora ocorrerá em 29 de novembro, terão praticamente um mês de transição para organizar uma gestão de quatro anos.

Mas o grande desafio dos governos locais brasileiros não será vencido pelos eleitos e eleitas no pleito deste ano. Ele é anterior, e diz respeito à ampliação da autonomia dos municípios e à criação de mecanismos que incentivem os governos municipais a cooperar, com o intuito de solucionar problemas comuns. Esse obstáculo só pode ser vencido pelo Congresso Nacional. Até porque, não só de reformas econômicas vive um país.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)