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Mentiu, caiu. Era ou não professor?


postado em 06/07/2020 04:00

Fábio P. Doyle
Da Academia Mineira de Letras
Jornalista

Que confusão! Tão bem recebido quando anunciado por Bolsonaro como ministro da Educação, com aprovação geral e entusiasmada, o professor Carlos Alberto Decotelli botou tudo a perder com seu currículo incorreto e exagerado ao mencionar doutorado inexistente no exterior.

Simpático, de trato agradável demonstrado nas entrevistas que deu à televisão, tudo parecia indicar que o presidente conseguira, afinal, acertar no nome escolhido. Mas a bomba estourou na véspera da posse anunciada.

Os que só trabalham para atrapalhar o governo esmiuçaram, como fazem sempre procurando falhas e deslizes na vida pregressa, particular e profissional, do novo auxiliar do presidente. Para incompabilizá-lo, afastando-o da equipe.

Tiveram, os catadores de defeitos alheios, sucesso fácil com o sr. Decotelli, que seria o primeiro afro-descendente do ministério. No seu currículo constavam dois títulos falsos. Um na Universidade de Rosário, Argentina. Outro em Universidade de Wuppertal, na Alemanha. Ele esteve nas duas, estudou e fez os exames com aprovação, mas não recebeu os títulos de doutor.

Outra falha, talvez a menos grave. No currículo ele incluiu o título de professor da FGV, Fundação Getúlio Vargas. A diretoria da instituição publicou nota de desmentido: ele nunca foi "professor contratado", apenas "professor colaborador". Ou seja, divergência de detalhe, foi professor, confirmando o currículo, mas "apenas professor colaborador". E enumera todos os cursos em que ele lecionou como " professor colaborador". Conclusão: desmentindo sem desmentir o título de professor.

No currículo não consta sua origem familiar. É afrodescendente, percebe-se. Mas o sobrenome Decotelli indicaria parentesco italiano. Sua família era pobre? Sofreu discriminação pela cor da pele? Nada a respeito foi mencionado. Ele estudou, conquistou bolsas no Brasil, no exterior, foi professor a vida toda, é o que se depreende do que ele divulgou. Se foi assim, se superou e venceu obstáculos e discriminações, seu passado o engrandece. Alcançaria agora o topo da carreira na área educacional, no ministério que perdeu com um currículo descompensado e desnecessário para sua nomeação, pois não se exige título de doutor para ser ministro.

Conclusão. O professor Carlos Alberto Decotelli foi imprudente.

Mentiu, com seu currículo, até para o presidente da República. E enganou o vice, general Mourão, responsável pela análise da vida pregressa dos candidatos a cargos importantes da administração federal. Quanto a currículos, ele esclareceu, são da responsabilidade do candidato.

Se Decotelli mentiu, se foi incorreto nas informações que incluiu na sua biografia profissional, não poderia assumir o comando da Educação do país. Perdeu a credibilidade.

Em um país em que tanto se mente e se falseia informações biográficas importantes, como as constantes de currículos, o que se espera é que o que aconteceu com o quase ministro Decotelli sirva de lição e de exemplo.


Justa homenagem

O centenário do jornalista Carlos Castello Branco (1920-1993) foi comemorado em Brasília, em solenidade (debate) promovida pelo Sindicato dos Jornalistas e pela representação da ABI do DF. Os oradores-debatedores convidados foram os jornalistas Hélio Marcos Doyle, diretor da ABI-DF, ex-presidente do SJP-DF e professor da UnB, Armando Rollemberg, ex-presidente da Fenag e da OIJ, e o professor Carlos Mateus da Costa Castello Branco, neto do homenageado.

Castelinho, como era chamado, imortal da ABL, começou sua carreira no jornalismo em 1939, na redação do EM e do DT, colega e amigo dos jornalistas Geraldo Teixeira da Costa, Pedro Aguinaldo Fulgêncio e Hermenegildo Chaves. Formou-se em direito na "vetusta" escola da praça Afonso Arinos. Depois de formado, foi para o RJ onde se consagrou no jornalismo.

Curtas

• A senhora que fraturou a perna ao cair e foi levada pelo hospital em SP para a UTI de COVID-19 não teria sido tratada pela fratura, mas como se fosse vítima da pandemia. É o que consta do atestado de óbito que sua família conseguiu anular. O hospital será punido?

• A tia de uma conhecida sofreu AVC e morreu em SP. No atestado de óbito emitido pelo hospital constava como causa da morte "suspeita de COVID-19".

• Difícil acreditar no que li nos jornais. Especialmente pelos envolvidos, sobrenomes conhecidos nos meios juridicos. Um escritório de advocacia recebeu quase dois milhões de reais em ação indenizatória ajuizada na Justiça Trabalhista por procuração de uma ex-funcionária do Banco Itaú. No acerto de contas com a cliente, deu-lhe R$ 350 mil, ficando com a diferença, mais de um milhão e meio, a título de honorários. Ela entrou na Justiça que mandou o escritório devolver, com multa etc., o que cobrou indevidamente. Vão recorrer, anunciam...

• Agora, uma curta diferente. Pela primeira vez, BH terá uma mulher, moça, bonita, loura, como candidata à prefeitura. Seu nome, anotem: Luisa Barreto. Vamos esperar para conhecer suas vinculações político-partidárias e seus planos e programas. Dizem que a moça é competente.


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