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Estado de Minas EDITORIAL

Negligência ambiental

A perda de investimentos por suposta flexibilização na política ambiental implicará prejuízo em dobro para o Brasil


postado em 29/06/2020 04:00

As projeções de queda do Produto Interno Bruto têm variado. O Banco Central prevê que a retração será de 6,4%, o Banco Mundial, 8%, e o Fundo Monetário Internacional (FMI), 9,1%. Independentemente das avaliações, há consenso de que a economia brasileira chegará ao fundo do poço e enfrentará uma recessão inédita, devido à crise epidemiológica causada pelo novo coronavírus.

Em meio ao trágico quadro econômico, sanitário e social, as perdas ainda poderão ser maiores, alertam especialistas, em consequência do avanço de ações predatórias na Amazônia. No ano passado, foram desmatados 10.129km², um aumento de 34,4% em relação a 2018, segundo o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe).

Nos primeiros cinco meses deste ano, o Inpe registrou alertas de desmatamento para 2.032km², a maior área desde 2015, início da série e histórica Deter-B. A área devastada é 34% superior à do mesmo período do ano passado (1.512km²) e 49% acima da média dos quatros anos anteriores (2016/2019), que ficou em 1.363km².

Se não forem tomadas medidas para conter a devastação da Amazônia, 29 investidores internacionais da Europa, dos Estados Unidos e da Ásia, que controlam mais de US$ 3,6 trilhões (quase R$ 20 trilhões), liderados pela norueguesa Sotrebrand, podem recuar da intenção de apostar no Brasil. Eles querem uma reunião com as embaixadas brasileiras nos Estados Unidos, Reino Unido, Holanda, França, Noruega e Suécia, para discutir as políticas ambientais do país.

Os investidores revelam preocupação com a iniciativa do governo federal de legalizar a ocupação de áreas públicas, principalmente na Região Amazônica, por meio da Medida Provisória 910, encaminhada ao Congresso Nacional. Temem que a aprovação eleve os índices de desmatamento e queimadas — que devem começar neste segundo semestre com o fim do período chuvoso.

 Mostraram-se ainda preocupados com declarações do ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, na reunião ministerial de 22 de abril. No encontro, o ministro propôs a flexibilização das normas ambientais neste período de pandemia, quando os veículos de comunicação estão focados na crise da saúde.

A perda de investimentos por suposta flexibilização na política ambiental implicará prejuízo em dobro para o Brasil, que deverá encerrar o ano com índice de desemprego em torno de 17% e caixa no fundo do poço. Mais: o patrimônio natural preservado não só atrai quem deseja apostar no país, mas cria ambiente propício para negócios. Hoje, a maioria dos mercados internacionais rejeita produtos oriundos da depredação ambiental. Portanto, é hora de o país se adequar às exigências do século 21.


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