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A economia solidária pós-COVID-19

Os modelos solidários e participativos deverão se robustecer e se consolidar no mercado brasileiro


postado em 28/06/2020 04:00

Raul Canal
Presidente da Sociedade Brasileira de
 Direito Médico e Bioética (Anadem),
advogado e especialista em direito médico,
securitário e da saúde


O calendário gregoriano, de origem europeia, mas utilizado oficialmente pela maioria dos países na atualidade, foi promulgado pelo papa Gregório XIII em 24 de fevereiro de 1582 e divide a história da humanidade em antes de Cristo e depois de Cristo (a.C. e d.C.). Podemos profetizar que o comportamento humano também poderá ser dividido pelas mesmas siglas a.C. e d.C., que significarão "antes da COVID-19" e "depois da COVID-19".

Com efeito, muitos hábitos – de consumo, de tratamento, de relacionamentos interpessoais, de viagens, de trabalho, de educação, de entretenimento e tantos outros de origem comportamental – sofrerão mudanças drásticas e irretrocessíveis após a COVID-19 e suas possíveis primas imundas (COVID-20, 21, 22...) que, certamente, ainda perturbarão a nossa existência e nossa fugaz passagem por essa aventura terrena.

As liberdades, garantias e direitos individuais serão relativizados, notadamente, no que se refere à geolocalização das pessoas em tempo real. O "big brother" de Houxley será definitivamente implantado.
"Nada mais será como antes no quartel de Abrantes." As pessoas e as empresas terão de se reinventar para sobreviver, viver e conviver no novo normal que se instalará em nosso mundo.

Praticamente, todos os setores da economia serão afetados. Talvez, o de turismo, sobretudo no que concerne a lazer, hotelaria e gastronomia, venha a ser o mais prejudicado, fechando milhões de postos de trabalho e sepultando dezenas de milhares de CNPJs.

As empresas, especialmente as de transformação, abandonarão os modelos just in time para o modelo just in case. As fortes dependências de mercados internacionais serão repensadas. Os Estados Unidos voltarão a ter chão de fábrica para depender menos da China e de outros tigres orientais. Há uma forte tendência para uma 'ocidentalização' de nossas parcerias e adoção de um pensamento político nacionalista e protecionista.

O mercado segurador deverá passar por uma drástica transformação. Os esforços hercúleos e corporativos para 'preservar a longevidade sustentável dos modelos tradicionais e conservadores' não serão suficientes ante a força transformadora do mercado, que exigirá novas práticas e novos conceitos. Nada provoca mais transformações nos mercados e nas pessoas do que uma guerra ou uma pandemia. Após tais eventos desastrosos e catastróficos, as pessoas tendem a uma economia solidária e reconstrutiva. Nessa senda de mudanças, os seguros do tipo peer to peer, pay per use, 'clubes de P&I' e mutualistas deverão se sobrepor às matrizes e matizes atuais do mercado segurador como um todo.

Os modelos solidários e participativos, como o cooperativismo, o associativismo e o mutualismo, deverão se robustecer e se consolidar no mercado brasileiro.

Bem-vindos, novos humanos, ao novo mundo que se desenha.


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