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Estado de Minas EDITORIAL

O Brasil e o País das Maravilhas

O Brasil tem de focar o essencial: o combate à pandemia e, em paralelo, o traçado da recuperação


postado em 06/06/2020 04:00



Alice anda sem rumo no País das Maravilhas, quando vê o Gato no galho de uma árvore. Feliz com o encontro, aponta numa direção e pergunta para onde vai a estrada. “Para onde você quer ir?”, lhe responde ele. “Não sei. Estou perdida”, murmura a garota. “Para quem não sabe aonde vai, qualquer ca- minho serve”, filosofa o felino.

O Brasil lembra o diálogo de Lewis Carroll. Ele deixa clara a importância do norte para orientar as escolhas. Os brasileiros, mesmo os mais informados, são incapazes de dizer aonde o país quer chegar e que trilhas o levarão até a meta traçada. Parece perdido em meio a tsunami de consequências imprevisíveis.

Em plena pandemia, quando morre um brasileiro por mi- nuto, falta coordenação central. Cada estado e município administra as particularidades locais. Correto. Num país de dimensões continentais, seria utópico ditar regras aptas a atender a todo o território nacional.

Mas, em certas circunstâncias, impõe-se voz única, capaz de ser ouvida pelos 210 milhões de habitantes. É o caso de manifestações. A experiência mundial confirma a necessidade do isolamento social e do limite da circulação de pessoas para conter a pro- pagação do vírus. Onde está o alerta do Ministério da Saúde para o risco da ida às ruas?

Sem respostas também estamos em relação à economia. A ajuda emergencial de R$ 600 engordou a conta de 8 milhões de cidadãos que não precisam e deixou de chegar aos vulneráveis que dependem do socorro para se manter-se vivos. Para ilustrar a incompetência na condução do programa, basta lembrar que até Neymar recebeu o benefício.

Estados e municípios aguardam há mais de 70 dias o socorro de R$ 60 bilhões aprovado pelo Congresso para fazer frente aos desafios da COVID-19. Mas, apesar das promessas, os recursos não chegam. A inação ganha contornos mais dramáticos no cenário em que o PIB despenca, o desemprego explode, a indústria tem queda histórica. Quais são as pautas prioritárias para o pós-pandemia? O Executivo articula com o Congresso para aprová-las com a urgência que o momento impõe?

China, Estados Unidos e União Europeia, em fases diferentes da crise sanitária, discutem a retomada. Apresentam programas robustos de ajuda a pessoas e empresas. Em resposta, as bolsas e as moedas reagem. O Brasil também tem de focar o essencial: o combate à pandemia e, em paralelo, o traçado da recuperação. Sem isso, ao contrário de Alice, que pode escolher a estrada, a alternativa será a terceira recessão em duas décadas.



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