Viviane Angelina
Presidente da Sociedade Mineira de Reumatologia
Os pesquisadores, médicos e cientistas estão mobilizados para encontrar uma solução contra o novo coronavírus. Com milhares de pessoas infectadas no mundo, a vacina ainda parece ser uma realidade distante. Agora, os esforços estão concentrados na descoberta da melhor forma de tratar os infectados para evitar o aumento no número de óbitos. A cloroquina e a hidroxicloroquina têm sido apontadas como possíveis soluções, sendo usadas em alguns hospitais no mundo. O uso é incentivado por diversas autoridades, como o presidente Jair Bolsonaro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e diversas outras autoridades internacionais. Entretanto, é fundamental cautela no uso de qualquer medicação e a cloroquina não foge a essa recomendação.
A cloroquina e a hidroxicloroquina são indicadas para o tratamento da malária e doenças reumáticas, como artrite reumatoide e lúpus, por atuar como um modulador do sistema imunológico, reduzindo a inflamação e os danos aos órgãos devido às doenças. Os efeitos colaterais envolvem impactos na saúde dos olhos, danos renais, hepáticos e cardíacos. Apesar de já estarem sendo aplicadas em vários pacientes, os efeitos dos medicamentos ainda estão em estudo para combater o novo coronavírus. Em diversos casos, as medicações apresentam taxas significativas de efetividade no combate à COVID-19. Entretanto, outros estudos não mostram os mesmos resultados e a comunidade médica e científica se encontra em um grande embate.
Vale lembrar que a automedicação é extremamente perigosa, considerando que cada organismo reage de uma maneira, com vários efeitos colaterais possíveis. Diversos outros fármacos, além da cloroquina, também estão sendo testados para combater o novo coronavírus, mas ainda não há um consenso sobre o tratamento mais eficaz. Os hospitais, municípios e, até mesmo, países adotaram métodos diferentes de combate à doença. A recomendação é aguardar a conclusão dos testes, garantindo a segurança e a saúde da população. Qualquer droga apresenta riscos e efeitos colaterais, sendo necessário cuidado ao tomar medicação, especialmente diante do cenário atual. A permissão para tomar o remédio requer a análise de um médico para verificar a presença de comorbidades e condições preexistentes, entre outros aspectos determinantes.
A busca desenfreada por cloroquina prejudica, consideravelmente, aqueles que realmente dependem do uso dela, como as pessoas que sofrem com lúpus, uma doença crônica e autoimune, necessitando ser controlada para manter a qualidade de vida e o bem-estar.
Enquanto a vacina não pode ser produzida e aplicada, a recomendação é manter a calma e torcer pelo avanço dos estudos e pesquisas científicas, apontando o tratamento mais seguro. É crucial manter o isolamento social responsável, saindo de casa somente para atividades essenciais. É muito importante seguir as recomendações de higienização e prevenção: lavar as mãos com água e sabão ou fazer uso do álcool em gel, evitar levar as mãos aos olhos, boca ou nariz e usar máscaras de proteção.