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Estado de Minas EDITORIAL

Lição da COVID-19


postado em 09/04/2020 04:00

“Mateus, Mateus, primeiro os teus.” Talvez nenhum país tenha escancarado com tanta desenvoltura a frase bíblica quanto os Estados Unidos. Donald Trump a nacionalizou na campanha eleitoral com duas palavras que lhe serviram de mantra – America first.

Durante o exercício do mandato, mantém a coerência. Seja na política externa, seja na economia, seja no trato da imigração, os interesses americanos estão acima de quaisquer outros. Mesmo acordos internacionais e instituições multilaterais foram relegados em nome do objetivo maior.

Outra não foi a atitude de Trump na pandemia do coronavírus. Tratada inicialmente com negligência, a ameaça da COVID-19 mostrou a face mais cruel da falta de solidariedade. Quando Nova York se tornou o epicentro da crise sanitária, a Casa Branca monopolizou a aquisição de insumos indispensáveis à salvação de vidas.

Mandou aviões para a China e fez valer a lei da oferta e da demanda. Pagou mais por máscaras e respiradores e embarcou os produtos ali mesmo, nas aeronaves pousadas nos locais de produção. Encomendas feitas por outros Estados ficaram para trás. Entre elas, as brasileiras.

A Índia, terceira fabricante de medicamentos do  mundo, também apelou para medidas protecionistas. Restringiu a exportação de ingredientes farmacêuticos em meio à crise que motivou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a decretar pandemia. No domingo, o Planalto se mobilizou para evitar o corte.

Por telefone, o presidente Jair Bolsonaro pediu ao primeiro-ministro Narendra Modi apoio do governo indiano para que o Brasil continue recebendo os produtos necessários à fabricação da hidroxicloroquina, droga usada no tratamento da malária, do lúpus, de afecções reumáticas e dermatológicas. Pesquisas têm revelado bons resultados na administração da hidroxicloroquina no enfrentamento do Sars-Cov-2.

O Brasil não foge à regra. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou que vai comprar toda a produção de máscaras da 3M no Brasil, uma das principais fabricantes do mundo. Donald Trump reagiu. Invocou a Lei de Produção e Defesa para obrigar a 3M a vender máscaras N95 para os EUA se o governo necessitar.

É isso. Farinha pouca, meu pirão primeiro. Passada a pandemia, fica uma lição: produtos estratégicos são importantes demais para ser deixados na mão de terceiros países.


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