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Isolamento social não é isolamento domiciliar

É uma grande ilusão achar que isolando, rigorosamente, todos os idosos e os sintomáticos bloquearemos a pandemia


postado em 31/03/2020 04:00 / atualizado em 30/03/2020 21:33

Antonio Monteiro
Médico formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

 

Nesta paranoica e insana pandemia de informações de todos os tipos, fico imaginando como deve estar a cabeça da maioria das pessoas!

Existem condutas adotadas, algumas até preconizadas por técnicos e profissionais de saúde, sem qualquer evidência científica que as sustente, tendo como consequência uma perigosa sensação, que é a falsa sensação de proteção.

 

Uma das maiores confusões nesse assunto, a qual tem rendido até guerras políticas oportunistas, é o entendimento de que isolamento social seja entendido como não sair de casa em nenhuma hipótese, em qualquer lugar e em qualquer realidade.

 

Assim, deve-se entender que qualquer pessoa que consiga manter-se a uma distância de 2 metros ou mais de outras está mantendo um isolamento social, independentemente do que esteja fazendo e onde: andando; pedalando; nadando; conversando; escalando...

 

Por outro lado, existe uma imensa população de brasileiros que garimpam seu sustento no dia a dia e que moram em cômodos muitas vezes únicos, aglomerando até 10 pessoas ou mais em poucos metros quadrados. Famílias em que, para sobreviver, pelo menos um de seus componentes sai todos os dias para trabalhar e ao final do dia volta para o "isolamento social" de seu lar!

 

É uma grande ilusão alguém pensar que essa pandemia não virá se toda a população permanecer rigorosamente dentro de casa por um tempo que ninguém sabe qual será!

Também é uma grande ilusão achar que isolando, rigorosamente, todos os idosos e os sintomáticos bloquearemos a pandemia.

 

Num país com as características do nosso Brasil, o que todo epidemiologista sério deveria considerar, não existe qualquer conduta mágica que sirva para qualquer realidade, seja isolamento social ou vertical!

 

Mais uma vez, o que deveria valer é o bom senso; a união de todos com suas ideias múltiplas e um debate sério e realista no sentido de se buscarem as melhores soluções para a nossa realidade.

Precisamos acabar com uma pandemia muito mais grave e letal para o país, que é a pandemia de oportunistas, demagogos, insensatos e até criminosos que divulgam notícias falsas prometendo curas que não existem ou alarmando a população.

 

O que não pode, em nome de uma democracia em que vivemos e queremos continuar, é propor como fez uma colega médica da Paraíba, que todos aqueles que discordam de um isolamento social rígido e universal sejam considerados irresponsáveis e convidados a assinar um termo abrindo mão de aparelho respirador caso venham a adoecer!

 

Democracia se faz com diálogo; capacidade de convencimento e respeito a qualquer opinião.

Impor ideias através de ameaças, isso sim, se chama fascismo! 


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