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A hora de ganhar em dólar


postado em 22/03/2020 04:00

André Duek
Empresário com experiência na gestão de grandes empresas, que atua há 33 anos no mercado nacional e internacional

Tributação alta, indefinição sobre a reforma tributária e a recente reforma na Previdência brasileira deixaram o ambiente de negócios no Brasil instável e, consequentemente têm repelido os bons investidores que buscam por segurança e rentabilidade. Ao analisar o cenário econômico, antes de me mudar definitivamente para os EUA, percebi a oportunidade de investir no mercado americano, me antecipei e estudei os segmentos mais seguros. Ter receita em dólar é a realização do sonho americano e a confiança da proteção econômica para garantir uma aposentadoria tranquila.

Não é à toa que cada vez mais empresários e investidores brasileiros internacionalizam seus negócios ou buscam investir em segmentos seguros nos EUA. Em 2019, disparou o número de declarações de saída definitiva do Brasil entregues à Receita Federal. Até 28 de julho do ano passado, haviam sido apresentados 21.873 documentos. O que representou 94% do total de declarações registradas em todo o ano de 2018, que já havia sido recorde, com 23.149 comunicados.

É certo que o volume de brasileiros deixando o país pode, sim, estar relacionado com o menor crescimento e a vontade das pessoas em proteger seus patrimônios. Quando iniciei minha trajetória como investidor no mercado americano, há mais de oito anos, percebi que era menor o número de brasileiros que buscavam compreender melhor os EUA com foco na imigração, moradia e investimentos.

Hoje, vejo que há um número cada vez maior de conterrâneos que estão em busca de ganho em dólar e da segurança econômica americana. E com a alta do dólar nas duas primeiras semanas de março deste ano, tornou-se mais vantajoso enviar dinheiro para o Brasil.

Quando o assunto é envio de dinheiro para outros países, os EUA também lideram as opções dos brasileiros. Em 2019, dos US$ 1,38 bilhão emitidos para o exterior, US$ 301 milhões foram para contas norte-americanas, o que equivale a quase 22% do total. São naturais essas operações durante as oscilações cambiais. Quem tem investimentos e ganhos em dólar aproveita esses momentos de alta da moeda frente ao real para enviar o dinheiro de volta ao Brasil.

O Banco Central do Brasil divulgou que, somente em agosto de 2019, houve a maior quantia de dinheiro remetido do exterior para o Brasil desde 2010, em comparação com o mesmo mês dos anos anteriores. Foram US$ 290 milhões enviados para território verde e amarelo, com cerca de 25% desse valor referente a dólares oriundos dos EUA, país mais participativo nesse quesito. Em todo o ano, o país já recebeu US$ 1,91 bilhão em transferências pessoais da moeda americana.

Esses dados reforçam que o maior número de empreendedores brasileiros nos EUA, quase 10 mil, segundo o Itamaraty, pode estar relacionado com o aumento do envio de remessas de dinheiro de volta ao Brasil. O pensamento de todo investidor que aposta em um mercado externo é poder articular operações em dois países e equilibrar suas finanças em duas economias. Dessa forma, existe uma certa segurança caso em um dos países a economia não ande tão bem.

Para um empreendedor ou investidor que quer se firmar no mercado americano, é preciso ter coragem e decisão. Os brasileiros que apostaram em investimentos nos Estados Unidos durante o período de dólar mais baixo, assim como eu, acreditam que a oscilação do valor da moeda é a forma mais segura de proteção de seus patrimônios. A alta histórica do dólar frente ao real pode refletir um cenário positivo para empreendedores brasileiros que acreditaram na economia americana.

Um investidor brasileiro audacioso que aposta no mercado americano consegue equilibrar o seu dinheiro e rendimentos nas duas moedas (real e dólar). Além disso, pode operar na oscilação da moeda articulando o fluxo financeiro de modo estratégico, aproveitando, inclusive, esses momentos de alta do dólar. Definitivamente, quem apostou e investiu no mercado americano durante a baixa do dólar está lucrando mais com esta valorização do dólar frente ao real.


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