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Qualidade de vida, política e futuro


postado em 21/03/2020 04:00





Gilson E. Fonseca
Sócio e diretor da Soluções em Engenharia Geotécnica Ltda. (Soegeo) 

Historicamente, o homem contemporâneo vive certamente um de seus piores momentos de percepção da vida como um todo. A qualidade de vida, no entanto, há poucas décadas era mais sentida pelo espaço físico, pelo binômio conforto x desconforto, sobretudo porque o meio ambiente era pouco agredido. Dessa forma, a vida era menos agitada, menos sujeita a tantas influências "invisíveis" como hoje. Vê-se, atualmente, que a queda dos padrões morais, éticos e espirituais pode fazer mais estragos que o assoreamento de um rio ou a queima de uma mata, porque tais valores são fundamentais para uma sociedade organizada. Recuperar rios e matas é muito mais rápido do que recuperar valores perdidos, como a desvalorização moral. A história nos mostra que várias civilizações desapareceram, iniciando sempre o processo pela decadência desses valores.

Essa importância encontra apoio na religião, na filosofia e na ciência. Gregos, chineses e indianos, curiosamente, iniciaram numa mesma época (séculos VI a I a.C.), através de Buda, Confúcio, Sócrates, Platão, outras observações e contemplações interessantíssimas sobre o universo e seus fenômenos. Começou aí o abandono gradual da mitologia, que eram fábulas, com inserção da lógica nesses estudos. Com outros componentes como a política, surgiu a filosofia, tão necessária à nossa compreensão da vida. Sócrates deu grande contribuição com a axiologia.

A natureza e as relações humanas estão sofrendo grandes agressões como nunca se viu. Não basta o exemplo do sol nascendo e se pondo todo dia, desde cerca de 4,5 bilhões de anos, cumprindo rigorosamente a mesma tarefa que a criação lhe confiou. O homem, ao contrário, a todo momento muda as coisas e desvia sua atenção. Sua ação predadora agride sem piedade o meio ambiente de forma egoísta e inconsequente. Perdas de florestas naturais causando desequilíbrios à flora, fauna, aos mananciais e ao clima são de arrepiar. A mineração, que é inegável quanto aos benefícios que trouxe, assoreou rios, mudou o clima e interferiu no lençol freático. É o preço que se paga, mas poderia ser bem menor se houvesse maior entendimento patriótico. A política verdadeira, que é um dos pilares da filosofia, parece não encontrar abrigo entre o Legislativo e o Executivo. Os desentendimentos políticos entre os poderes têm causado danos irreparáveis pelos atropelos vaidosos e ânsias pelo poder do Legislativo. Não há investimentos no saneamento básico porque não dão votos, mesmo causando tantas doenças e mortes, como se não fosse obrigação política. A educação, que está capengando, tão necessária à qualidade de vida, também é vítima do descaso. E agora, com a COVID-19, ninguém aposta nas complicações multilaterais que advirão.

Sabe-se que a todo progresso tem-se um custo; entretanto, estamos pagando um preço alto demais. O pior são os danos humanísticos. A consciência laxa com a origem nos maus exemplos dos políticos alastrou-se de forma assustadora, como um vírus. Educar filhos, para os pais de hoje, é muito mais difícil. Além dessa situação, as redes sociais com fake news e outras mazelas também são complicadores. Como será nosso futuro? A única solução é esperançar.


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