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Estado de Minas EDITORIAL

Desigualdade, o maior desafio


postado em 28/02/2020 04:00

Na introdução do primeiro volume do livro-reportagem Escravidão, lançado no último trimestre de 2019 e ainda nas listas dos mais vendidos, o escritor Laurentino Gomes destaca o fato de que é impossível contar a história da escravidão no Brasil sem apontar uma de suas mais terríveis consequências: a perpetuação da desigualdade social. De todos os problemas que afligem a nação, a assimetria das condições oferecidas aos cidadãos é, indubitavelmente, a mais longeva e arraigada. “A escravidão criou um sistema de castas no país. A segregação é física e geográfica, mas também se verifica em termos de oportunidades”, destaca Laurentino, citando diversos estudos que comprovam a sua afirmação. Ainda que em maior número, os negros não são os únicos afligidos pela desigualdade: brancos, pardos, indígenas, homens, mulheres, crianças. Todos são vítimas. Ninguém é poupado.

Secular, a desigualdade entranhada no tecido social brasileiro é espelhada nos indicadores de saúde, educação, saneamento básico. Poucos têm acesso à excelência; muitos têm de batalhar dez, 12 horas por dia para garantir a sobrevivência com um mínimo de dignidade. Outros tantos nem isso conseguem e são incorporados aos números avassaladores do desemprego.

O aumento constante da concentração de renda, como verificado em 2019 pelo estudo “A escalada da desigualdade”, da Fundação Getulio Vargas, tem consequências óbvias e outras imprevisíveis. O contínuo desalento provoca doenças, impulsiona a violência, extirpa as chances de milhões de crianças e jovens; mutila o presente e compromete, irremediavelmente, o futuro.

Em vez de perder tempo e energia com polêmicas estéreis e declarações intempestivas, que somente provocam instabilidade em um país ainda muito longe do crescimento sustentável, os governantes e seus principais assessores deveriam concentrar esforços no objetivo maior: a redução da desigualdade. Uma tarefa árdua, complexa e de resultados difíceis, quase impossíveis, de serem obtidos a curto prazo. Mas uma missão capaz de colocar o Brasil no rumo do desenvolvimento com a garantia do bem-estar da maioria de seus cidadãos.


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