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Estado de Minas EDITORIAL

Um desastre humanitário

Civis foram e continuam sendo massacrados pelos bombardeios incessantes


postado em 19/02/2020 04:00



A escalada da violência na Síria vem preocupando a comunidade internacional, por causa da verdadeira tragédia humanitária provocada pelo avanço das forças sírias no Nordeste do país desde dezembro passado – a Síria está em guerra civil há mais de nove anos. O problema é que os militares comandados pelo ditador Bashar al-Assad, com o apoio da Rússia de Vladimir Putin, enfrentam rebeldes apoiados pela Turquia, e um conflito de grandes proporções pode explodir na região se os exércitos dos dois países vizinhos se confrontarem, o que aumentaria, em muito, o sofrimento da população civil, a maior vítima do confronto bélico.

A última voz a se levantar para denunciar a violência na região foi a da alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, a chilena Michelle Bachelet, que se declarou "horrorizada" e pediu a criação de corredores humanitários para que as pessoas possam se refugiar em locais seguros. Com o cerco dos sírios leais a Assad apertando na província de Idlib e parte de Alepo, antigo centro financeiro sírio, a cada dia diminuem as áreas onde os moradores da zona em conflito possam buscar abrigo.

A ofensiva militar para recuperar o controle do último grande reduto dos rebeldes provocou a fuga, desde o fim do ano passado, de cerca de 900 mil pessoas, em sua maioria crianças e mulheres, sendo 150 mil nas duas últimas semanas. A guerra entre apoiadores de Assad e seus opositores, a maioria do ramo sunita do islamismo, já matou perto de 500 mil sírios, de acordo com observadores internacionais.

Civis foram e continuam sendo massacrados pelos bombardeios incessantes da aviação russa; houve denúncias de uso de armas químicas; populações inteiras se deslocaram; e cidades históricas, hospitais e escolas foram completamente destruídos. O maior receio é que a ofensiva das forças de Assad, com maciço apoio da Rússia, leve a um embate com a Turquia, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que tem 5.000 efetivos militares estacionados na área.

O objetivo principal da Turquia foi alcançado com o afastamento, de seu território, dos separatistas curdos que vivem na Síria. Ancara conseguiu estabelecer uma zona separando o Curdistão sírio do turco, o que é uma garantia para evitar ataques dos curdos, que lutam para criar a sua própria nação. Os turcos também têm como um de seus principais objetivos repatriar parte dos 3,3 milhões de refugiados sírios que abriga em seu território, o que significa mais sofrimento. Pelas estimativas da ONU, 6,2 milhões de pessoas saíram da Síria desde o início dos combates, em 2011, e o mesmo número deixou suas casas, mas permaneceu dentro das fronteiras do país.

A realidade é que, nesta guerra fratricida, os dois lados desprezam o respeito aos direitos do ser humano. Os rebeldes, considerados violentos, pregam a instalação de um governo islâmico radical e a ditadura de Assad é acusada de toda sorte de abusos, torturas e o uso dos banidos agentes químicos contra seu próprio povo. Que as lideranças mundiais saiam da letargia e usem seu poder de persuasão para impedir a continuação desse desastre humanitário.



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