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Música e o assédio no transporte público

Em 2018, foi sancionada a lei de importunação sexual, que tem como objetivo punir o assédio


postado em 19/02/2020 04:00 / atualizado em 18/02/2020 20:39


Claudia de Moraes
 CEO da Younder 


Ano passado, conduzimos estudo que mostrou a evolução da mobilidade no Brasil através da música. No total, foram analisadas mais de 158 mil letras de músicas, com 361 delas efetivamente retratando mobilidade. Como critério principal, o tema deveria ter um papel importante na composição para que esta fosse selecionada.

Na década passada, o assédio no transporte público foi retratado em algumas músicas. Dois exemplos distintos pontuam o teor das canções: enquanto o Obinrin Trio canta em Elas por elas que "no busão, na rua, no metrô, na quebrada quero andar sem ouvir cantada, quero parar de ser invisível e fetichizada", Farufyno mostra em Um ônibus lotado a visão de um homem que está paquerando a mulher, quando a vê ser assediada, e dá uma surra no agressor.

Infelizmente, o assédio às mulheres é uma prática bastante antiga. Ainda no Império Romano, o imperador Sila (138-78 a.C.) ordenou intervenção jurídica nos casos em que uma "mulher honrada" fosse ofendida publicamente. Nos últimos anos, a discussão ficou mais forte, e diversas campanhas criticando essa prática foram criadas. Como exemplo, o movimento Vamos juntas?, idealizado pela jornalista Babi Souza com o objetivo de espalhar a ideia da sororidade (união e aliança entre mulheres, baseada na empatia e companheirismo) para que elas se unissem na rua, inibindo, assim, violências como assédio e estupro.

O assunto voltou a estar em evidência nos últimos dias nas redes sociais. A série Sex education retratou uma cena em que a personagem Aimee é vítima de um abuso em um ônibus. Além disso, o Big brother Brasil 20 trouxe à tona uma estratégia de jogo de alguns homens que visavam conquistar mulheres comprometidas para que elas perdessem credibilidade junto ao público. Por fim, o novo single do cantor Jerry Smith, Reladinha, também foi criticado por muitos, especialmente no Twitter, por supostamente conter conotação apelativa e sexual.

Embora a assessoria do artista tenha negado, veementemente, as suposições das redes sociais, afirmando que a real motivação da canção é reviver a trajetória do artista, que se locomovia diariamente de ônibus, se posicionando contra qualquer tipo de assédio, é importante salientar que as críticas se devem, especialmente, ao nome da música, associado ao fato de utilizar um ônibus como cenário. Neste caso, o ideal é nunca dar margem a interpretações de associação ao tema, que é muito delicado para todas as mulheres.

Levantamento do Instituto Locomotiva e Instituto Patrícia Galvão, de 2019, constatou que 97% das mulheres já foram assediadas no transporte público. Em 2018, foi sancionada a lei de importunação sexual, que tem como objetivo punir o assédio, principalmente no transporte público, agravando a pena e punição para condutas criminosas. É extremamente importante que esse tipo de comportamento seja denunciado, a lei aplicada e que sejam adotadas, em conjunto com a penalização, medidas preventivas e educativas, para que o Brasil não continue sendo recordista em violência contra mulheres.




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