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Estado de Minas

Chuva, destruição, morte. E a culpa?


postado em 03/02/2020 04:00


Fábio P. Doyle
Da Academia Mineira de Letras
Jornalista

Chuva, enchente, desmoronamentos, desabamentos, alagamentos, inundações, destruições, mortes, desabrigados. São as palavras mais ouvidas e lidas nos últimos dias. Além das vazias de conteúdo, como "vou fazer", "já ordenei", "sobrevoei", "vamos socorrer", "vamos solucionar", que os governantes sempre repetem depois de crises e tragédias urbanas e humanas.

É o que está acontecendo em BH e em todo o estado com os temporais. Chuva, para o homem do campo, para quem planta, é bênção dos céus, mas não para os urbanos, sempre despreparados. Terça-feira, a Zona Sul (Lourdes, São Bento) foi a mais atingida. De quem é a culpa? A maioria atribui à natureza, às correntes de ar quente que vêm da Amazônia, e as frias que vêm dos oceanos. Exagero. As condições meteorológicas podem provocar problemas. Mas deslizamentos de encostas, transbordamentos de rios e inundações poderiam ser evitados ou minimizados pelo homem. Se cuidasse mais do planeta, se fosse mais educado, não jogando lixo, como cascas de frutas, garrafas  e latas vazias de refrigerantes, de cervejas nas ruas, nos jardins públicos. Lixo que, com a chuva, é levado para as bocas dos bueiros, entupindo-os, impedindo o  escoamento da água conduzida pelas sarjetas. O resultado é o que vemos, e sofremos, com os temporais. Como agora.

Mas o principal culpado é o governo, que não cuida do que prioritariamente deveria cuidar, ou seja, do bom uso do solo, do espaço urbano, e da drenagem de toda a cidade que lhe foi entregue pelo eleitor para administrar. O que transfere parcela da culpa para os cidadãos que elegem e reelegem os despreparados, os demagogos, os desonestos, os incompetentes. Depois da tragédia, como disse o Abgar, fica ridículo dizer que vai providenciar, que vai cuidar, que vai fazer. O Vilarinho está lá, sempre problemático e alagado, apesar das promessas de todos os que assumiram a PBH.

O que temos é a política de acomodação, de permitir tudo, por omissão ou corrupção. Construções irregulares de aglomerados de casebres, as favelas, na beira de lagos, rios, córregos, ou em encostas, áreas de risco evidente. Casebres sem  alicerce confiável, e apesar disso,  em busca de aluguéis, transformados em "prédios" de dois, três pavimentos. Os fiscais municipais, sempre atentos a qualquer obra não autorizada nas áreas urbanas, parece que fingem não ver a irregularidade. Basta dar uma espiada nas encostas faveladas, na N. S. do Carmo, na Raja, na periferia. Quando  um barraco ou "edifício" clandestino desaba e mata, não há motivo para espanto.

Outro problema: garagens nos subsolos dos edifício sem condutos de bom diâmetro para o escoamento da água das chuvas. Nada, nenhum anteparo, para impedir o alagamento. Falha dos projetos arquitetônicos, dos fiscais, dos órgãos que aprovam e dão o "habite-se". O resultado pode ser catastrófico.        

Arquiteto-urbanista, Sérgio Myssior fez considerações importantes. Criticou a prefeitura por não impedir construções irregulares, condenou o asfaltamento indiscriminado, que aumenta a velocidade da água nas ruas, lamentou a ausência de áreas de infiltração para o excesso de chuvas – são raríssimos os edifícios da cidade que reservam espaço para jardins, mesmo que pequenos, ao contrário do que acontece nos países civilizados.
Drenar o excesso de chuva é preciso, com menos asfalto, mais praças, parques, áreas  ajardinadas, arborizadas e cuidadas. Novos temporais estão sendo anunciados e temidos.

Errata

Acontece. Faz parte das derrapadas a que está sujeito quem escreve em jornais e revistas. O jeito é pedir desculpas e tentar consertar o erro que não se cometeu, mas que aconteceu. Foi o caso do artigo publicado aqui no dia 27, "Príncipe e princesa. Uma história e suas versões". Além de tropeços gramaticais, informações sobre Harry e Meghan, o casalzinho que está abalando a austera corte real britânica, sumiram no espaço. Quem recebeu a íntegra do texto pela internet perceberá.

O episódio foi muito noticiado, registro o que foi omitido no artigo. Por exemplo: "Harry conseguiu a  autorização (para casar-se com uma plebéia) da avó rainha, sempre compreensiva. Elizabeth II, além de aprovar, deu a eles o título de Duque e Duqueza de Sussex, incluindo-os no convívio palaciano".

Ao saber que Harry renunciaria à realeza, "seu irmão, o príncipe herdeiro William, tentou fazê-lo desistir. Não conseguiu. Declarou a um jornal de Londres ter ficado muito triste. Mas demonstrou sua boa formação e seus bons sentimentos acrescentando que devemos, agora, tentar apoiá-lo. Espero o dia em que estaremos juntos de novo". E mais corte: " O pai de Meghan, Thomas Markle, criticou a decisão da filha e pediu desculpas à Rainha Elizabeth pelo que aconteceu".

O publicado:  "...tentam explicar o gesto, ao sonho de todas as mocinhas, o de se tornar princesa". O correto:  "...tentam explicar o gesto,  surpreendente, de uma norte-americana que renuncia, depois de realizá-lo, ao sonho de todas as mocinhas, o de se tornar princesa". Duas versões sobre o motivo. Uma, discriminação na corte. Outra, omitida: "Por motivos financeiros, de enriquecimento, que nunca aconteceria se continuasse princesa". Sobre a reunião da corte, omitido: "Foi aprovado, mesmo com a contrariedade de Charles. O casal renunciante perderá o título de alteza real, o castelo em que moram, e o suporte financeiro assegurado a todos os que fazem parte do grupo monárquico".

O rei Edward VIII renunciou por ter-se apaixonado por  Wallis Simpson, uma socialite. Traído por ela  – o amante de Wallis foi  com eles para Paris –, seus amigos, constrangidos, deixaram de visitá-lo. Omitido: "Elizabeth II, sempre compreensiva, foi visitá-lo no hospital em que foi operado em Londres, e sempre os convidou para as solenidades reais".



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