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Príncipe e princesa.Uma história e suas versões


postado em 27/01/2020 04:00

Fábio P. Doyle
Da Academia Mineira de Letras
Jornalista

Julgar é muito difícil e arriscado. Nunca se sabe o que há de verdadeiro na versão que cada lado de uma controvérsia sustenta. Acreditar em tudo o que um lado diz, rejeitando a do outro? As leis processuais determinam que nenhum julgador pode decidir um processo sem que as duas partes envolvidas tenham sido ouvidas e apresentado suas razões.  De outra forma, a dúvida permanecerá na consciência do julgador e de todos os que estejam envolvidos no caso.
 
É o que está acontecendo na velha Albion de meus antepassados, envolvendo um príncipe e uma simpática norte-americana. Ele, Harry, filho de Charles, herdeiro do trono ocupado por sua mãe, Elizabeth II, e da belíssima ex-princesa Diana. Ela, Rachel Meghan Markle, ex-modelo e atriz de cinema norte-americano, filha de Doria Ragland, afrodescendente, instrutora de yoga, e de pai branco. Thomas Markle, diretor aposentado de iluminação de TV.  Harry, sexto na linha sucessória, no julgamento sincero da sempre sincera e autêntica rainha Elizabeth II, um príncipe de personalidade frágil, se apaixonou pela morena bonita Meghan. Segundo o autor de um livro sobre os dois, ela o teria enfeitiçado e dominado. É uma versão. Há outras.
 
Para surpresa de todos, especialmente da fechada corte britânica, Harry se casou com a plebeia Meghan, em maio de 2018, no Castelo de Windsor. Tudo ia bem, ou assim parecia, quando os primeiros ruídos de problemas começaram a circular, no final do ano passado, e a ser explorados pelos jornais, especialmente pelos que gostam de fofocas. Meghan e Harry estariam planejando renunciar à vida tranquila no castelo que a eles foi destinado. Os boatos não eram boatos. O afastamento consumou-se. O irmão mais velho de Harry, o príncipe Willian, futuro rei da Inglaterra e da Commonwelth, conversou com ele sobre sua decisão. Não conseguiu convencê-lo a desistir.
 
Aí surgem as versões que tentam explicar o gesto, ao sonho de  todas as mocinhas, o de  se tornar princesa. Muitos atribuem a decisão às ofertas bilionárias recebidas por Meghan para voltar a filmar, para lançar modelos de roupas, joias etc. com seu nome. Seu príncipe apaixonado a apoiou e concordou.
 
A outra versão: Meghan e Harry, ela especialmente, estariam sendo tratados como estranhos por alguns membros da casa real, e sendo alvos, ela mais do que ele, de comentários desairosos pelas redes sociais e pelas colunas de fofocas da imprensa pouco séria, que lá existe também. Um jornal comentou o caso de forma pitoresca, ao publicar a foto dos dois com legenda adaptada de uma fábula antiga, a do sapo que virou príncipe: “The first woman in history to turn a prince into a frog”. Meghan teria esgotado sua paciência com brincadeiras injuriosas como a citada. Harry a acompanhou na revolta.
 
Qual a versão verdadeira? Cada um que escolha a sua. Quanto a nós, fazemos votos para que os dois sejam felizes, agora e sempre, longe das limitações e das imposições da rotina palaciana. Que não aconteça com eles o que aconteceu com o antepassado famoso, o rei Edward VIII,  filho de Jorge V, que renunciou ao trono em 1936, menos de 12 meses depois de sua coroação, encantado pelos favores sexuais, é o que consta, de uma socialite norte-americana, Wallis Simpson, divorciada duas vezes. A socialite, nada séria, com passado nebuloso, destituída de traços de beleza, conseguiu encantar o  rei, dominou-o,  foi com ele morar na França, sempre acompanhada por seu amante, que ela mesma dizia ser seu verdadeiro amor, um tal Herman Rogers, musculoso e rico empresário norte-americano, segundo o que relatam  autores de livros sobre a vida de Edward e Wallis. O ex-rei viveu o resto de seu vida afastado e isolado da família real, que não o aceitou mais, e dos amigos, que diziam ter pena dele e de sua situação de marido enganado.
 
Edward VIII, certamente arrependido do que fez, mas sem chance de retorno, morreu em Paris, na solidão que  os biógrafos registram, mesmo tendo ao lado, envelhecida e mais feia ainda, a mulher que o atraiu e traiu. Que a história não se repita com Harry e Meghan.


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