(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas EDITORIAL

Ciência, uma área estratégica

A ciência depende de recursos federais e o desenvolvimento da área no Brasil deve ser uma política de estado, não de governo


postado em 15/01/2020 04:00



O Brasil deve reinaugurar hoje – a depender das condições climáticas – a estação Comandante Ferraz, base de pesquisas na Antártica que teve 90% das instalações destruídas por um incêndio em fevereiro de 2012. A reconstrução começou em 2017 e foi realizada pela empresa chinesa Ceiec. A nova estação, que tem área de 4,5 mil metros quadrados e pode abrigar até 64 pessoas, foi projetada com 17 laboratórios, equipamentos de última geração e mais conforto e segurança para os pesquisadores. Foram investidos cerca de R$ 400 milhões e a Marinha do Brasil é responsável pelo gerenciamento e apoio do centro de pesquisas.
 
A Comandante Ferraz fica na Península Keller, no interior da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, e começou a operar em 1984. Ainda estão sendo feitos vários ajustes na estação e os trabalhos seguirão até março – as pesquisas são feitas durante o verão antártico, que vai de outubro a março.
 
O Brasil tem atualmente 19 projetos em andamento em diversas áreas, inclusive na busca de novos remédios para doenças graves, como dengue, febre amarela, zika e chikungunya, estudo que está sendo coordenado pelo professor Luiz Henrique Rosa, da Universidade Federal de Minas Gerais. É importante que o país continue desenvolvendo a ciência na região e mantenha o intercâmbio com as superpotências mundiais que também estão presentes no continente gelado.
 
São 50 países signatários do Tratado Antártico e 29 têm direito a voto nas decisões tomadas – são os membros consultivos, que mantêm desenvolvimento de pesquisas relevantes. O acordo foi assinado em 1959 e passou a vigorar em 1961. As premissas básicas são a não militarização e a não nuclearização do continente, liberdade de pesquisa científica, proteção do meio ambiente e congelamento de qualquer reivindicação territorial.
 
A Antártica tem 70% da água doce do planeta e estudos mostram que a área é rica em minerais e petróleo, o que torna o tratado ainda mais importante – em 2048 será decidido se continua proibido ou não a mineração e a exploração petrolífera na região. Além disso, a região tem micro-organismos que só são encontrados lá e podem ser a chave para várias pesquisas microbiológicas de relevância mundial.
 
Os recursos para a manutenção da Comandante Ferraz estão mantidos. Mas a grande preocupação da comunidade científica é em relação ao corte de verba para pesquisa na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A interrupção e o congelamento de novas bolsas nas universidades brasileiras acaba descontinuando inúmeros estudos de pós-graduação, mestrado e doutorado desenvolvidos a partir de pesquisas realizadas na Antártica, o que, de certa forma, diminui o potencial científico da estação.
 
A ciência depende de recursos federais e o desenvolvimento da área no Brasil deve ser uma política de estado, não de governo. Tem que ser pensada como área estratégica para o país.



receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)