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Estado de Minas EDITORIAL

EUA e Irã: a vez da comunidade internacional

Trata-se, até o momento, de guerra verbal. Espera-se que não ultrapasse a linha vermelha


postado em 07/01/2020 04:00



O Oriente Médio é o berço das três grandes religiões monoteístas do mundo e detém a maior reserva de petróleo do planeta. Os dois fatos acarretam consequências contraditórias. Geram riqueza e conflitos. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial e a criação do Estado de Israel, a região toma sucessivos banhos de sangue. Sai década, entra década, tem-se uma certeza – haverá conflagração. A dúvida é definir onde.

Donald Trump protagoniza o mais recente embate. O presidente americano, que sofre processo de impeachment em pleno ano eleitoral, ordenou ataque de drones que resultou na morte de Qassem Soleimani. Não se tratava de um alvo qualquer. O general assassinado pertencia ao alto escalão iraniano – comandante de operações militares e de inteligência do país no exterior. Também perdeu a vida o comandante iraquiano Abu Mahdi al-Muhandis.

Resultado: elevou-se a temperatura de tensões no Oriente Médio. A resposta não tardou. O Parlamento do Iraque – com a presença de 170 dos 329 deputados – aprovou por unanimidade resolução que exige a remoção de tropas estrangeiras do país. São 5.200 militares americanos. O texto não fixa data para a saída, mas deixa recado claro: as forças da potência do norte tornaram-se personas non gratas.

Em Teerã, o governo afirmou que não se sente mais comprometido com os limites impostos ao seu programa nuclear. Trump, vale lembrar, retirou os Estados Unidos do acordo em maio de 2018. Mas as potências europeias mantiveram o acerto firmado para conter os avanços das pesquisas que poderiam abrir as portas para o ingresso do país dos aiatolás no fechado clube das potências atômicas.

Donald Trump, por seu lado, não poupou ameaças disparadas pelo Twitter. Em relação a Bagdá, disse que, se houver pedido formal de retirada das tropas americanas, aplicará sanções “desproporcionais, como jamais viram antes”. A respeito de Teerã, afirmou que tem 52 alvos iranianos na mira, “alguns deles de alto nível, de grande importância para a cultura do Irã”. (A antiga Pérsia tem 24 lugares considerados patrimônios da humanidade pela Unesco.)

Trata-se, até o momento, de guerra verbal. Espera-se que não ultrapasse a linha vermelha. Líderes mundiais se manifestaram a respeito dos desdobramentos da crise. A maioria aposta no diálogo para evitar a escalada da violência. Entre outros, União Europeia, China e Japão apelam para o fim do ciclo de provocações e represálias. O secretário-geral da ONU disse que o mundo não suporta nova guerra no Golfo Pérsico.

Claro que promessas de vingança anunciadas pelas autoridades iranianas não devem ser desqualificadas, nem as repercussões nos mercados. Mas espera-se que a comunidade internacional se sente à mesa de negociações e contenha avanços belicistas. A busca de inimigo externo para conquistar votos internos é tática que parece não ter funcionado. Pesquisa mostra que o percentual de americanos que aprovam o ataque é o mesmo dos que apoiam Trump – com ou sem guerra.



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