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Queda em idosos: mudanças podem fazer a diferença

Medidas simples podem reduzir em até 40% o número de quedas


postado em 27/12/2019 04:00

Antônio Augusto Guimarães Barros
Ortopedista do Hospital Madre Teresa

O aumento da expectativa de vida aponta a necessidade de melhores abordagens multidisciplinares para pessoas com mais de 60 anos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o mundo evolui para uma população com cerca de 2 bilhões de indivíduos acima de 60 anos, representando um quinto do total, até 2050, sendo um quarto da população brasileira, até 2060, conforme dados do IBGE.

Infelizmente, a queda entre idosos é uma situação bastante comum. Após os 65 anos de idade, 30% das pessoas apresentarão ao menos uma queda por ano. A maioria dessas quedas provoca lesões simples, mas, em até 10% dos casos, causam lesões graves, podendo, inclusive, ser fatais. O trauma é a quinta causa de mortalidade na faixa etária maior que 65 anos, sendo a queda simples a principal causa de trauma.

A prevenção de lesões e fraturas é tão importante quanto os tratamentos, pois qualquer trauma, principalmente os ortopédicos, gera grandes limitações e impactos clínicos e funcionais, provocando prejuízos irreversíveis, mesmo com o tratamento adequado.

As causas de queda são variadas, desde riscos em casa, como um piso escorregadio, até a presença de doenças ou uso de medicamentos. As doenças comumente associadas às quedas são as neurológicas, como Alzheimer; doenças da visão como a catarata; doenças cardiovasculares como a arritmia; e as doenças ortopédicas, como a artrose. Alguns medicamentos para pressão e os que atuam no sistema nervoso também podem predispor a quedas.

As lesões mais comuns são pequenas escoriações ou contusões superficiais. As lesões mais preocupantes são o traumatismo craniano e as fraturas, que podem atingir coluna, punho, ombro e quadril. O idoso pode ter sequelas físicas e repercussões psicológicas com as quedas, como a perda de confiança na capacidade de andar com segurança, resultando ainda em depressão, baixa autoestima e isolamento social.

É crucial lembrar que, para evitar quedas, o mais importante é identificar se o idoso tem risco em potencial e fazer pequenas mudanças em casa, incentivando a prática de atividades físicas para um melhor controle muscular.

A verificação do risco de queda pode ser feito com um teste rápido em casa. Uma dica é fazer o idoso levantar de uma cadeira com apoio de braços, andar três metros, retornar e sentar novamente na cadeira. A ação deve ser executada em tempo menor do que 20 segundos. Caso não consiga realizar a tarefa em tempo hábil, deve ser considerado uma pessoa com risco de queda.

Os familiares devem retirar todos os tapetes do chão, melhorar a iluminação dos ambientes, deixar os corredores de passagem desobstruídos, instalar barras de apoio e colocar tiras adesivas antiderrapantes na borda livre dos degraus e no chão do box do banheiro. É importante ressaltar que apenas essas medidas simples podem reduzir em até 40% o número de quedas.

Ainda é recomendado o uso de calçados com sola antiderrapante e a prática de exercícios de fortalecimento muscular, principalmente, para equilíbrio. Nos casos em que o idoso tem dificuldade para andar, pode ser indicado o uso de bengala ou andador. A família deve estar atenta, também, às medicações, que devem ser ajustadas e os problemas de saúde que predispõem a quedas devem ser tratados. Embora controversos, alguns estudos associam o uso da vitamina D com a redução no número de quedas.

É sempre bom lembrar que, melhor que tratar uma fratura, é evitá-la e, como observado, pequenas atitudes podem promover mais qualidade de vida aos nossos idosos.
 


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