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Boas sementes para 2020

A competitividade de nossas commodities nos mercados interno e internacional, tanto de carnes quanto de grãos e do café, não é obra do acaso, da sorte ou do clima


postado em 26/12/2019 04:00


Roberto Simões
Presidente do Sistema Faemg (Federação da Agricultura 
e Pecuária do Estado de Minas Gerais)

 
 
 
O agronegócio mineiro tem boas razões para esperar 2020 com otimismo. São evidentes os sinais de retomada gradual da economia do país e, em particular, do consumo das famílias nos últimos meses, confirmado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento de 8% das vendas de alimentos nos supermercados confirma o reaquecimento do mercado interno de produtos agropecuários, enquanto as exportações de itens com valor agregado continuam contribuindo para a elevação do Valor Bruto da Produção (VBP) mineiro.

A valorização do produto agropecuário é uma medida acompanhada com atenção pelo empreendedor do campo. Ela não apenas reflete a evolução do seu negócio dentro da economia do país, como também é um indicador do nível de retorno do capital e do esforço empregados, bem como do risco corrido no ano. Se positivo, esse resultado funciona como uma semente para o próximo ano agrícola. Em 2019, com dados calculados pelo Sistema Faemg, o aumento do VBP foi de 5,8% sobre o ano anterior, bem superior ao da economia brasileira como um todo.

O destaque foi a valorização dos produtos da pecuária, com avanço de 11,7%, em boa parte guindada pela demanda externa, em especial da China, que teve problemas sanitários em seus rebanhos. A pressão externa sobre os preços teve seu pico em novembro, quando a arroba de carne bovina no mercado brasileiro passou de R$ 205 para R$ 230, e as exportações da proteína cresceram 24,7% em valor e 2,6% em quantidade.

A experiência e a longa tradição mineira no desenvolvimento da pecuária nos ensinaram que, por se tratar de uma excepcionalidade, esse pico de preços não será mantido. O ideal para os negócios do campo, com as incertezas do clima, é que os preços se mantenham estáveis ou em crescimento moderado.

Por sua vez, os produtos agrícolas tiveram valorização média de 1,6%, um pouco acima do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país projetado para 2019. Os destaques na valorização da produção foram o feijão, a batata, o milho e o tomate.

No contexto da produção de grãos, incluídas as commodities para exportação, o agronegócio mineiro demonstrou em 2019 sua resiliência às dificuldades do clima (atrasos na ocorrência de chuva e seca em algumas regiões) e às oscilações dos mercados internacionais.

O ano agrícola 2019/2020 prevê uma nova safra recorde de 14,3 milhões de toneladas de grãos nas lavouras de Minas, representando crescimento de 0,7% sobre o ano agrícola anterior, segundo dados da Conab. Os destaques são a soja, com pouco mais de 5 milhões de toneladas, com concentração em lavouras do Triângulo e do Noroeste mineiros; e o milho, com previsão de 7,3 milhões de toneladas.

No agronegócio mineiro, a cafeicultura é parte fundamental. Maior estado produtor do Brasil, é de Minas a metade de todo o café colhido no país. A safra de 2019 tem previsão de 24,5 milhões de sacas, com preço médio de R$ 411 para o café arábica (maior parte da produção) e R$ 292 para o conilon. As exportações de café de Minas Gerais renderam US$ 3,2 bilhões nos primeiros 11 meses do ano, 44% de todo o valor das vendas externas do agronegócio mineiro, de US$ 7,21 bilhões.

A competitividade de nossas commodities nos mercados interno e internacional, tanto de carnes quanto de grãos e do café, não é obra do acaso, da sorte ou do clima. É, sim, o resultado de muito trabalho e da aliança fundamental do produtor rural com a tecnologia. Esse casamento só dá certo se o produtor passar por pelo menos três porteiras.

A primeira é a da compreensão de que, hoje, o seu negócio tem de ser competitivo em preço e qualidade, aqui e lá fora. A segunda é a da aceitação do novo, acrescida da vontade de aprender a conviver com as tecnologias de produção e de comercialização de seus produtos. E a terceira é a incansável disposição de se manter atualizado, pois o mundo anda girando muito depressa.

Apesar do sucesso já obtido pelo agronegócio, o conhecimento e o uso da alta tecnologia ainda são muito concentrados em poucas propriedades. Por isso, no Sistema Faemg, temos investido pesado na disseminação do conhecimento tecnológico e na capacitação do empreendedor e do profissional rural.

Nosso Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Minas) já pode se orgulhar de grandes avanços obtidos com seus programas de treinamento. Em 2019, 124.873 pessoas tiveram mais de 325 mil horas/aula ministradas por 400 instrutores credenciados em 853 municípios. Nas áreas de planejamento, gestão e empreendedorismo, o Senar Minas tem oferecido cursos de sucessão na empresa rural e programas de treinamento de gestão com qualidade.

Não faltam, portanto, boas sementes para se plantar otimismo e manter a fé no agronegócio mineiro em 2020. Aliás, sem fé e otimismo nem haveria o produtor rural. Contamos, sim, com São Pedro. Mas sabemos que, primeiro, temos de fazer nossa parte. Estamos fazendo.



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