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Os museus viraram costume no país


postado em 03/12/2019 04:00


Nelson Colás
Diretor de relações institucionais da Federação de Amigos de Museus do Brasil (Feambra)

No ano em que a Feambra comemorou 30 anos de existência no Brasil, acredito que 2019 foi rodeado de bons momentos na vida museológica nacional. Nesse período, o trabalho de conscientização dos museus com a função de expor, informar, divertir e educar a população foi intenso nos aspectos sociais, culturais e educativos.

O momento incrível de 2019 foi o número expressivo de visitantes nos museus brasileiros. No Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), por exemplo, a exposição de Tarsila do Amaral superou o total de 402 mil pessoas, tornando-se a mais vista na história do local. Esse total de visitantes superou, no mesmo período, as visitas no famoso museu Louvre, na França. Também destaco as exposições nos centros culturais Banco do Brasil e no Instituto Tomie Ohtake, que teve ótima repercussão de visitas.

O aumento de visitantes aos museus brasileiros se deve ao processo de inovação na administração desses estabelecimentos. Estratégias como o uso das redes sociais, exposições de obras que representam determinados grupos e a transformação na linguagem de contato com o público foram um dos responsáveis por essas melhorais. Os museus passaram a falar diretamente com a sociedade, de maneira mais atrativa e com interação.

Além de mais visitas, houve aumento no processo participativo da sociedade brasileira a favor dos museus. Em alguns, como o da Inconfidência, em Ouro Preto (MG), os cidadãos abraçaram a causa de preservação do espaço com doações, apoio na gestão e, principalmente, na divulgação. Trata-se de um empenho coletivo que tem sortido efeito.

Neste ano, também ocorreu uma importante notícia sobre as diretrizes das leis de incentivo à cultura. O limite de R$ 1 milhão de captação não valerá para a construção de teatros e cinemas em cidades pequenas, restauração de patrimônio tombado, e planos anuais de entidades sem fins lucrativos, como museus e orquestras. A decisão garante continuidade nos projetos socioculturais que visam ampliar a visibilidade museológica no país, para o aumento do acesso da sociedade.

Porém, ainda existem desafios a serem vencidos quanto à manutenção e preservação do nosso patrimônio. Há quase um ano, presenciamos a tragédia do Museu Nacional em chamas. Nesses momentos é preciso ampliar o debate sobre a necessidade de unir o poder público ao social, para garantir mais eficiência no que diz respeito à gestão da história e cultura brasileira.

Apesar dos desafios, tudo indica que a próxima década trará mais resultados positivos. Em 2020, ocorrerão em importantes museus brasileiros algumas exposições de destaque, como a de Edgar Degas e Hélio Oiticica. São propostas que valorizam a cultura nacional como um todo, alinhando o novo com o contemporâneo nos centros culturais brasileiros. Trata-se de exposições que se identificam a diversos grupos socioculturais da nossa nação.

O Brasil tem cerca de 3.800 museus em atividade. Diante desse cenário, a Feambra pretende ampliar o seu atendimento museológico, com o objetivo de orientar na formação e gestão de associações de "amigos" dos estabelecimentos. 

Em 2019, atendemos mais de 30% de museus que nos consultaram em relação ao ano anterior. Sabemos que o aumento não vai parar, porque vamos trabalhar para que a história da nação e sua arte tenham mais locais a serem expostas. Nossa meta é que a sociedade admire, divirta-se e aprenda muito mais nas visitas.

Manter a união das forças sociais é essencial para promover o desenvolvimento cultural, inclusive do nosso patrimônio. Para a próxima década, continuamos com o trabalho de manter a história viva e em constante movimento, para que nossos futuros cidadãos a conheçam e consigam fazer melhor no futuro. Por isso que os passeios museológicos são essenciais para alcançar esse objetivo socioeducacional.


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