(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas EDITORIAL

Ação efetiva contra o desmatamento

A potência agrícola do mundo não pode aceitar a pecha de vilão ambiental


postado em 21/11/2019 04:00

Brigar com os fatos tem nome. É ingenuidade ou má-fé. Um e outro conduzem ao mesmo resultado: o avanço do problema que se quer ocultar. O fracasso funciona como a tentativa de tapar o sol com a peneira. Embora ignorada, a realidade continua a mostrar a cara feia, assustadoramente feia.
É o caso do desmatamento na Amazônia. O ministro Ricardo Salles – com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) – curvou-se aos números. Reconheceu que a perda de floresta aumentou em um ano. Entre agosto de 2018 e 31 de julho de 2019, a alta foi de 29,5% em relação ao período anterior.
 
A cifra – 9,7 mil quilômetros quadrados (km²) – equivale a seis vezes a cidade de São Paulo. Trata-se do maior percentual de destruição em duas décadas. Em 1998, a devastação saltou 31%. Depois, registrou queda. Em 2013, retomou a tendência de alta. É injusto, por isso, debitar apenas na conta de Jair Bolsonaro, há 11 meses no poder, o recrudescimento da tragédia.
 
Governos anteriores compartilham a dívida ambiental. Entre eles, Dilma Rousseff e Michel Temer. Apontar o dedo, porém, não resolve a questão. Tampouco inibe os oportunistas, sempre à espreita de vácuos para promover atos criminosos. Impõem-se ações efetivas do Estado aptas a enfrentar o problema sem titubeios.
 
Reconhecer a existência do desmatamento é essencial para traçar estratégias de combate. Longe das bravatas verbais, que lembram o avestruz que enterra a cabeça e deixa o corpo à mostra, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, acenou com a possibilidade de pedir a atuação das Forças Armadas na região. A providência comprovou ser eficaz durante a crise das queimadas.
 
Também afirmou a intenção de reativar o Fundo Amazônia. São R$ 3,4 bilhões pra lá de bem-vindos. Noruega e Alemanha, doadores dos recursos (além da Petrobras), recuaram quando o governo Bolsonaro tentou intervir nas regras de administração dos valores. Criado em 2008, o fundo fomenta projetos de combate ao desmatamento na floresta por meio de doações de países e empresas.
 
São iniciativas bem-vindas. Mas insuficientes. Uma das urgências é dar provas efetivas de desestímulo à devastação. Além de apoiar efetivamente os sistemas de controle e vigilância no Ibama e ICMBio, impõe-se mudar o discurso sobre a "indústria da multa". Se ela existe, os deslizes devem ser combatidos. O menos recomendado é tirar o sofá da sala.
 
Mesmo que o desmatamento seja cultural, como disse o presidente Bolsonaro, a cultura pode e deve ser mudada. Ninguém precisa inventar a roda para fazê-lo. Ambientalistas e cientistas já mostraram o caminho. Ricardo Salles reuniu-se, ontem, com os governadores da Amazônia Legal. Na oportunidade, falou em estratégias para reduzir o desmatamento de forma sustentável.
 
É importante que passe das palavras à ação. Em dezembro, Madri sediará a Conferência do Clima – COP 25. O Brasil deve investir na própria imagem. A potência agrícola do mundo não pode aceitar a pecha de vilão ambiental.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)