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Moda e educação na construção de novos mercados


postado em 12/11/2019 04:00

Flávia Virgínia
Coordenadora de moda do UniBH

Pensar, comunicar, realizar e inovar. Esses quatro verbos fundamentam o movimento da moda atual, pautada por uma economia circular, a preocupação com o meio ambiente e o foco na identidade. Por isso a educação nunca foi tão importante, principalmente quando pensada de maneira colaborativa, engajada e ética.

O contemporâneo traz consigo uma série de peculiaridades erguidas a partir das profundas transformações tecnológicas, sociológicas e afetivas dos sujeitos. Se antes observávamos o mundo de maneira pacífica e direcionada pelos veículos legitimadores da informação, agora construímos ativamente os conteúdos compartilhados e escolhemos acessar o mundo no nosso tempo, de maneira cada vez mais autônoma.

Nesse cenário, surgem novos desafios pessoais e profissionais, já que os indivíduos se alinham com propostas ligadas ao seu próprio universo de referências. Surge, aí, uma nova demanda de consumo e relacionamento interpessoal, fazendo as empresas repensarem modelos de negócios e o posicionamento frente a sociedade.

Recentemente, campanha da Calvin Klein levantou uma ampla discussão nas redes sociais a respeito da adequação da moda aos novos discursos. Em "I speak my truth" (Eu falo a minha verdade), personalidades do mundo pop foram clicadas com diferentes tipos de corpos, estilos e comportamentos. Uma delas foi a cantora de rap Chica Oraniza que viralizou, sobretudo, por ser negra e gorda. Nas redes sociais, a foto dela foi comparada com outra campanha de 99, na qual uma modelo loira e bem magra aparecia em trajes de banho.

Ainda que seja possível pensar que marcas como a Calvin Klein fazem da representatividade mais uma articulação em direção ao consumo, não podemos ignorar sua importância no aumento da autoestima em tempos do crescimento de patologias ligadas à autoimagem. Além disso, uma campanha como essa expressa uma nova lógica de consumo e comportamento.

Pouco adianta mostrar o resultado desse processo em produtos. Eles devem fazer parte de uma construção imagética com o objetivo principal de constituir uma ou várias identidades, tornando-as ferramentas da constituição de si, para, a partir daí, ser consumido. Trata-se de articular uma multiplicidade de códigos linguísticos produzidos pelos inúmeros contextos que atravessam os indivíduos.

A educação torna-se um dispositivo de extrema importância justamente porque transpõe os limites técnicos de um produto de moda. Antes, formar-se em moda significava apenas saber desenhar, modelar, costurar, combinar cores, escolher aviamentos e acabamentos. Hoje, consiste em atualizar-se sobre as relações pessoais, os fenômenos culturais e saber como tornar a produção sustentável, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental. É preciso saber vender gerando experiência, experimentar o mundo das sensações estéticas, temporais e espaciais.

A moda não se faz mais somente dentro da moda, mas sua importância passeia pela ideia de registro do tempo porque produz os seus sujeitos mediante a identidade ao mesmo tempo em que se relaciona com o coletivo, acessada pelo consumo e amparada pela lógica industrial. Com a aceleração tecnológica, muda-se essa percepção ao mesmo tempo em que se alteram as relações econômicas e surgem novas demandas. Assim, pensar, comunicar, realizar e inovar passam a organizar essa dinâmica social numa ideia de refletir o futuro da humanidade e do mercado por este inescapável registro que é a moda.


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