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Privação e o futuro do estudante


postado em 25/09/2019 04:00


 

Ângela Mathylde
Psicopedagoga e organizadora do Brain Connection no Brasil


O estudo “Bem-estar e privações múltiplas na infância e adolescência no Brasil”, realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), revelou dados alarmantes, como o de que 40,7% dos mineiros com menos de 18 anos têm, pelo menos, uma privação, entre os quesitos educação, informação, trabalho infantil, água, saneamento e moradia. A pesquisa apontou, ainda, que 21,4% das crianças e adolescentes em Minas Gerais enfrentam privações em relação ao saneamento básico. As informações acendem um alerta e abrem espaço para debater o desafio de reverter esse quadro e garantir o acesso a quesitos tão importantes.

A infância é a base do cidadão, sendo um momento decisivo para a formação da personalidade, construção da visão de mundo e assimilação da realidade. O que acontece na infância ou na adolescência repercute não só no desenvolvimento cognitivo, emocional e social, mas, também, nas perspectivas para o futuro. A falta de acesso a condições para o desenvolvimento saudável é um grande problema. Uma criança sem acesso a saneamento básico dentro de casa terá mais dificuldades para focar nos estudos, pois não tem uma estrutura mínima necessária.

Muitas vezes, a escola passa a ser o local em que come, usa o banheiro e tem acesso a informação. Porém, ao chegar em casa, a criança não pode estudar, pois, muitas vezes, tem que tomar conta da casa, dos irmãos, ou até mesmo trabalhar. O estudo fora do ambiente escolar fica complicado e isso pode acarretar problemas e transtornos de aprendizagem, atraso em relação à turma, falta de autoconfiança etc. Crescer nesta realidade dificulta sonhar com um futuro na faculdade, por exemplo. 

Há ainda casos mais extremos: a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2015 mostrou que 93 mil crianças, entre 5 e 14 anos, trabalhavam em Minas Gerais. O cenário reflete a realidade de muitas crianças sem acesso a oportunidades para inclusão e desenvolvimento educacional. Em muitos lares, a criança ou o adolescente constitui parte importante da renda familiar, não podendo abandonar o trabalho para se dedicar aos estudos. 

A reversão dessa situação requer oportunidades e estrutura básica para os jovens, sendo que o primeiro passo é investir em políticas públicas viabilizadoras do acesso a condições essenciais para um desenvolvimento equilibrado. Implantar saneamento básico nas moradias, monitorar focos de trabalho infantil e de crianças em situação de rua são auxílios necessários, sendo preciso identificar famílias em situação de vulnerabilidade social e incentivar iniciativas para garantir o acesso à educação.

A Rede Emancipa é um dos exemplos de iniciativas focadas em ajudar jovens a acessar chances de um futuro melhor. Trata-se de um movimento social de educação popular que organiza cursinhos pré-universitários para atender à demanda de alunos de escolas públicas, buscando realizar o sonho de ingressar na faculdade. O movimento é de extrema importância para, aos poucos, mudar a vida dos jovens, propiciando inclusão social.

A infância é a base do cidadão, sendo um momento decisivo para a formação da personalidade 


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