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Estado de Minas EDITORIAL

O desafio industrial

O Brasil terá a difícil missão de instruir 10,5 milhões de trabalhadores para atividades industriais


postado em 18/08/2019 04:00

O avanço da tecnologia na indústria nacional criou um novo desafio para o país: qualificar milhões de trabalhadores para enfrentar a nova realidade proporcionada pela revolução 4.0 no parque industrial brasileiro, que, apesar de todas as dificuldades conjunturais – a economia continua patinando e há o risco iminente de uma recessão técnica, caso seja confirmado crescimento negativo do Produto Interno Bruto (PIB) pelo segundo semestre consecutivo –, vem se esforçando para acompanhar a tendência mundial de robotização das linhas de produção. Se, por um lado, a chegada dos robôs causa temor de perda de postos de trabalho, por outro cria as condições para melhorar a qualificação dos trabalhadores brasileiros.

Em meio às tentativas do governo em criar as condições ideais para devolver ao mercado de trabalho os 12,8 milhões de desempregados da atualidade, a indústria não pode ficar de braços cruzados esperando o reaquecimento da economia para dar a qualificação adequada para quem está empregado e para os que estão à espera da tão sonhada vaga. Nos próximos quatro anos, o Brasil terá a difícil missão de instruir 10,5 milhões de trabalhadores para atividades industriais nos níveis superior, técnico, profissionalizante e de aperfeiçoamento, caso queira ser mais competitivo no mercado global, que assiste a uma aguerrida competição nas trocas comerciais.

A verdade é que a robotização chegou para ficar. O empreendedor do setor industrial que não colocar em seu radar a necessidade de investir em novas tecnologias dificilmente terá condições de sobrevivência. Pelo estudo denominado Mapa do Trabalho Industrial, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o aumento de postos de trabalho para condutor de processo robotizado será de 22,4%, quase três vezes superior ao crescimento médio de 8,5% previsto para todas as ocupações industriais. O levantamento mostra que, até 2023, o universo da mão de obra qualificada nas fábricas brasileiras corresponderá a 80% do total de desempregados, atualmente, no país.

Inquestionável que a inserção da tecnologia de ponta está ganhando cada vez mais terreno na indústria nacional e a instrução deve ser premissa básica para quem está desempregado e para quem está entrando no mercado de trabalho. Especialistas se preocupam com o fato de que a imprescindível modernização do parque industrial está se dando com maior rapidez nos estados do Sudeste e do Sul, o que pode contribuir, num futuro próximo, para o aumento da desigualdade com as demais regiões do país.

No entanto, com o tempo, todos terão de se adequar à nova realidade ou fechar as portas. A tendência é que os processos robotizados assumam de vez as linhas de produção e caberá aos trabalhadores a condução dos mesmos, desde que tenham investido em seu aperfeiçoamento profissional. Ninguém nega que o mundo vive a quarta revolução industrial e o Brasil não pode perder o bonde da história.


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