Jornal Estado de Minas

Mais médicos e mais saúde


 



Populações que vivem no interior, desprovidas de serviços essenciais, principalmente no Norte e no Nordeste, terão prioridade no Médicos pelo Brasil – uma versão mais detalhada do então Mais Médicos, que trouxe ao país, em 2016, especialistas cubanos. Lançado pelo presidente Jair Bolsonaro, o programa, além de mais estruturado, oferece salários mais elevados – entre R$ 12 mil e R$ 31 mil – e os profissionais terão carteira assinada, o que lhes garantirá todos os direitos e benefícios previstos na legislação trabalhista.

Das 18 mil vagas a serem preenchidas por meio de concurso, 13 mil serão distribuídas entre os municípios rurais remotos, adjacentes e intermediários, totalizando 3,4 mil cidades, além dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, ribeirinhos e outras comunidades. A intenção do governo é ampliar o acesso da população interiorana aos serviços de Unidades de Saúde da Família: consultas médicas, exames, vacinas, radiografias e pré-natal para gestantes. Nos últimos sete meses, as áreas hoje prioritárias ficaram desassistidas com o retorno dos cubanos ao país de origem.

Mas não é só no interior do país que a saúde pública exige atenção do governo federal. No meio urbano, sobretudo nas periferias, que abrigam pessoas com menor renda, a situação também é bastante precária. Faltam, igualmente, profissionais dedicados e melhor aparelhamento dos postos, centros e unidades hospitalares. A população se ressente da ausência de leitos, medicamentos e atendimento de qualidade.

As vagas nas unidades de terapia intensiva, sejam para adultos, sejam para recém-nascidos e crianças, são insuficientes. Enormes filas diante dos prontos-socorros mostram a dramática dificuldade daqueles que precisam de atendimento médico-hospitalar com urgência.
Os investimentos estão sempre aquém das necessidades, sem contar com negligência na gestão, o que torna o que está ruim muito pior.

O recrudescimento de doenças até então consideradas erradicadas revelou a perda de qualidade das ações preventivas à população, sobretudo no campo da imunização, fortalecidas por campanhas irresponsáveis contra a vacinação. Hoje, o poder público se desdobra para conter o sarampo, a caxumba e o aumento da tuberculose e, a cada verão, segue perdendo a batalha contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da chikungunya e da zika.

Os brasileiros, não importa onde estejam vivendo, esperam que o governo realize os investimentos necessários e indispensáveis à universalização de um serviço de saúde de qualidade em todo o território nacional. O Sistema Único de Saúde (SUS) foi uma das grandes vitórias da sociedade, durante a Constituinte de 1988. E o povo espera que os objetivos do SUS sejam concretos e com qualidade compatível com o século 21. Não só mais médicos, o Brasil precisa de mais saúde.




Frases

"Devem ser preservadas todas as provas sobre ataques de hackers a celulares de autoridades"
. Luiz Fux, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre as declarações do ministro da Justiça, Sérgio Moro, de que as conversas entre autoridades poderiam ser destruídas

"Bolsonaro olha mais amorosamente para Washington do que para Paris"
.  Le Parisien, jornal francês, depois de o presidente Jair Bolsonaro cancelar reunião com o chanceler da França, Jean-Yves Le Drian  
 
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