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Estado de Minas

Temos de nos aposentar com saúde

As pessoas merecem o devido descanso; entretanto, precisa ser com qualidade


postado em 29/07/2019 04:06

Engana-se quem acha que a aposentadoria está ligada apenas às questões sociais. Também são inerentes ao tema os aspectos psicológicos e mudanças na saúde do indivíduo. Mais importante do que discutir idade mínima ou tempo de acordo com grau de periculosidade, precisamos nos importar como aquelas(es) que irão se aposentar ficarão após o afastamento das atividades.

Contudo, aposentar-se faz bem? Pelo menos de forma abrupta, como aposentar-se pode refletir na vida de um trabalhador?

Essas questões dependem muito se quem irá se aposentar será um trabalhador braçal ou alguém com atividades laborais, principalmente cognitivas, e se os efeitos são na saúde mental e/ou na saúde física.

Precisamos falar disso. O número de aposentados no mundo está crescendo exponencialmente. E não são pessoas que devem ser simplesmente jogadas em casa.

Antes de mais nada, já ficou claro que, de forma geral,  quem tem doenças preexistentes, a atual aposentadoria pode levar a uma piora e a uma descompensação do quadro. Possivelmente, pela forma como nos aposentamos hoje.

A saúde mental parece ser mais afetada que a saúde física. Estudos mostraram que, particularmente em homens, sintomas de depressão pioram ou passam a existir após a aposentadoria, mesmo em quem se aposenta mais tarde.

Entre os principais fatores, a garantia de que irá receber uma quantia mínima que dê para as funções básicas é de longe o aspecto fundamental para a qualidade de vida do aposentado.

De fato, aposentados que ganham mal e não têm atividades sociais morrem muito mais. Inclusive, as atividades sociais podem reduzir muito os gastos em saúde pública com essa população, que já  demanda, naturalmente, tanto nesse sentido.

Além disso, a falta de um preparo para a aposentadoria, como a redução gradual da carga de trabalho, ou um trabalho multidisciplinar que anteceda a aposentadoria, pode gerar um quadro grave de depressão ao se aposentar.

Porque, além de tudo, a nova dinâmica familiar após a aposentadoria, quando os cônjuges passarão a conviver juntos o dia inteiro, pode ser insustentável para muitos casais, o que gera muitos divórcios nessa fase.

Existem muitos outros efeitos físicos e mentais da aposentadoria.

Claro que cada pessoa que se aposenta tem uma reação. Alguns pulam de alegria, principalmente aqueles que têm oportunidade de viajar sempre e continuar vivendo a vida de forma dinâmica.

As pessoas merecem o devido descanso; entretanto, precisa ser com qualidade. Precisamos, urgentemente, criar uma rede de programas e opções em que eles se sintam bem, felizes, e muitas vezes úteis (como muitos gostariam). Grandes redes de voluntariado, de novas habilidades, de convívio, ou qualquer coisa que dê um mínimo de adrenalina e percepção de sentir-se vivo.

Praticamente toda informação que eu trouxe aqui vem de estudos científicos, e não de uma opinião da minha parte. Está na hora de pensarmos nisso. Pelo bem dos nossos velhinhos, que merecem tudo de melhor.


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