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Estado de Minas

Inovar: prova de fogo para a educação

O desafio será mover a ênfase do ensino para a aprendizagem


postado em 21/07/2019 04:14 / atualizado em 23/07/2019 16:41

Responda rápido: que empresa emprega mais engenheiros no Brasil, atualmente? Odebrecht? Petrobras? Vale?. 
 
Pasmem, nenhuma delas. A empresa que mais emprega engenheiros no Brasil, atualmente, é a Uber, que também já acomoda um grande volume de jornalistas, arquitetos, enfermeiros e professores, entre outras das chamadas profissões tradicionais. São pessoas que passam anos em sala de aula lutando por um diploma e, ao conquistá-lo, não conseguem mais emprego. 
 
Piloto de drone, especialista de inteligência artificial, desenvolvedor mobile, analista de SEO, UX designer, trader de de criptomoedas, influenciador digital, youtuber e instrutor de zumba. Todas essas profissões são exemplos de carreiras que se desenvolveram no paralelo das novas tecnologias e de abordagens de direcionamento mais recentes no mercado. E nenhuma delas existia há cerca de 10 anos.
 
Se dermos um salto para o futuro, teremos mais um dado bombástico: 85% das profissões que existirão daqui a 10 anos ainda não foram criadas, segundo relatório do Institute for the Future. Se as instituições de ensino não se adaptaram na última década, como serão os próximos anos? Já que a intensidade das mudanças só aumenta, ficarão limitadas a ensinar só para os 15% das profissões tradicionais?
 
Na transição do analógico ao digital, muitas transformações se deram de modo veloz e inesperado. Na esteira dessa velocidade, a educação vem perdendo o timing e ainda reproduz um modelo de transmissão de conhecimento quase idêntico ao que vivenciaram nossos pais e avós.
 
Entre as consequências dessa disritmia, já lidamos com uma crescente evasão escolar e com uma relação cada vez mais truncada entre professores e alunos. Historicamente, nunca houve uma demanda tão urgente por inovação nos processos educacionais. E aí, vamos dar conta da corrida?
 
Em educação, inovar pode ter muitos significados. A inovação pode acontecer a partir de processos não necessariamente tecnológicos, como proporcionar mais a vivência do que é ensinado em vez de se limitar à apresentação teórica. Ou pode significar uma reviravolta completa no modelo vigente, com professores sendo substituídos por robôs e telas até a segunda metade deste século. Será?
 
O que já está claro é que a guinada que se anuncia no horizonte vem delineando um deslocamento de prioridades. Ao que tudo indica, o desafio será mover a ênfase do ensino para a aprendizagem. E, aqui, entra a construção de habilidades urgentes, como inteligência emocional, criatividade e pensamento crítico, competências apontadas neste ano pelo Pnud no relatório “O futuro dos empregos” como indispensáveis para os profissionais até 2020.
O prazo é curto e o caminho é longo. Andemos. 

*CEO da LEO Learning Brasil e especialista em tecnologias educacionais  


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