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A greve e a baderna


postado em 30/06/2019 04:07

A primeira é permitida em lei, respeitadas as condicionantes da sua realização nos serviços ou atividades essenciais. A segunda é sinônimo de ilegalidade, desrespeito e vandalismo. Greve, sim. Baderna, não.

A democracia brasileira, já bem amadurecida, embora nem tanto, não admite que a greve seja permeada por badernas, quebradeiras e vandalismos, mesmo porque a sociedade organizada não pode se dar ao desprazer de conviver com tamanhos antagonismo e falta de civilidade. 

O Brasil, vez ou outra, vive momentos de ternura e de horror, ao mesmo tempo. De um lado, os movimentos grevistas capitaneados pelas centrais sindicais levando às ruas milhares de pessoas que são contrárias às reformas e ao governo. De outro, os idiotas que quebram vidros de estabelecimentos, queimam pneus, fecham rodovias, impedem o direito de ir e vir dos cidadãos e ainda agridem aqueles que têm opiniões contrárias.

O que mais impressiona é o fato de que os manifestantes, portadores de direitos legais de greve, admitam que vândalos e criminosos se infiltrem e provoquem a desordem que não interessa a ninguém. Ninguém de bem. Ninguém da cidadania. Ninguém que respeite o país. Ninguém que obedeça à soberania democrática.

Não me venham falar de "circunstâncias" ou do "calor das opiniões", porque a cidadania não abre brechas para a violência ou para o escárnio dos direitos e dos deveres, uma vez que são necessários, no mínimo, bom senso e razoabilidade nas discussões dos interesses metaindividuais.

De nada valem as conquistas à custa de vidas de inocentes. Não no Estado democrático de direito. Ora, a Constituição está aí e deve ser invocada a qualquer momento, pelo povo e pela força dos códigos, das leis, das normas, dos costumes e da tradição nacionalista daqueles que buscam uma pátria melhor para a família.

Chega de ódio entre as cores das camisas, entre as diferentes ideologias e entre os imbecis que se intitulam líderes da população brasileira. O nosso país não precisa de líderes de barro ou recém-chegados desse ou daquele partido político. O nosso Brasil não é mais aquele da colonização. Os tempos são outros, a cultura é moderna, a tecnologia é avançada e a cidadania vai ocupando o seu lugar. Os adeptos da tática black bloc, que depredam bancos, lojas e patrimônio público, não merecem nem sequer consideração como ativistas, posto que não passam de babacas retaliadores do nada contra coisa nenhuma.

Não se está aqui a ser contra ou a favor da greve. A mobilização de parte da sociedade contra as reformas é um direito, mas daí dizer que pode "quebrar vidraças de empresas" e "queimar ônibus e pneus nas ruas vai uma diferença muito grande. Uma coisa é a livre manifestação. Outra coisa é destruir a propriedade alheia e impedir a livre circulação daqueles que desejam trabalhar ou transitar pela cidade.

Particularmente, sou a favor da greve, ordeira e pacífica, até mesmo no serviço público, em que pese a lacuna do artigo 37 da Constituição. No entanto, existe uma distância enorme entre ser a favor da greve e ser a favor da baderna e do vandalismo. Sou contra todo e qualquer ato ilícito que envergonhe o povo brasileiro e que torne a reivindicação do direito um ato de pura satisfação de bagunceiros. Sou, também, reconhecedor de que a greve é para fazer pensar e repensar, mobilizar a sociedade e levar as pessoas a decidirem em que espécie de sociedade quer viver e criar suas famílias. Sou a favor da cidadania.

A realidade é que o momento ainda é de grande sofrimento para o povo brasileiro, principalmente pelo saldo maldito de desemprego, corrupção, impunidade e violência. Portanto, a greve ordeira e pacífica é um direito do trabalhador e pode acontecer. A baderna, não. A insatisfação dos mais diferentes setores da sociedade com a insuficiente prestação de serviços do Estado, aliada ao ambiente de hostilidade e polarização política, não recomenda insurgências à cidadania e muito menos obstrução ao livre direito de ir e vir com incolumidade.


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