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Uma guerra de cachorro grande


postado em 23/06/2019 04:05

Nem o Brasil nem o mundo estão preparados para enfrentar o ataque de hackers profissionais, financiados por grupos poderosos cujos limites ninguém conhece. A divulgação das supostas mensagens trocadas entre o então juiz Sérgio Moro e procuradores da Operação Lava-Jato é pálido exemplo do alcance da ousadia de pessoas sem cara, sem endereço e sem CPF.

O objetivo que perseguem parece claro: causar danos a indivíduos, Estado, organizações, sistemas ou equipamentos de comunicação. Nada nem ninguém está a salvo dos ataques, como demonstram invasões que vêm se sucedendo com preocupante frequência e grande desenvoltura mundo afora.

Exemplos ocupam páginas de jornais, postagens na internet e noticiários televisivos. Ocorrem diuturnamente, mas alguns ganham notoriedade em razão do alvo que atingem. É o caso da Estônia, país considerado modelo de digitalização. Em 2007, hackers atacaram sites do governo, provocando pânico nos serviços públicos e prejuízos à população.

É o caso, também, do WikiLeaks. O site publicou, em 2010, 250 mil documentos secretos americanos, de fontes anônimas e conteúdo sensível. Entre eles, vídeo em que militares estadunidenses atiram contra civis indefesos em Bagdá. Outro fato notório foi a ação de hackers russos nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, que teria beneficiado Donald Trump na corrida pela Casa Branca.

O sinal vermelho acendeu-se. Não há como ignorá-lo ou atenuar-lhe os efeitos. Os fatos comprovam que os terroristas digitais dispõem de meios para acessar dados governamentais ou privados e se manter no anonimato. Tornam-se, portanto, confortavelmente inalcançáveis pelas leis e distantes de punição de qualquer natureza. Em bom português: o crime para eles compensa.

Trata-se de realidade nova cuja moeda deixou de ser dólar, ouro ou pedras preciosas. Na era digital, a informação é bem mais valiosa que o dinheiro. Um submundo se move com competência para se apossar de conteúdos que satisfazem interesses escusos. Proteger os dados que trafegam na internet é desafio não desta ou daquela instituição, deste ou daquele sistema, deste ou daquele país. É desafio global.

Com acerto, Steven Chabinski, o diretor do Federal Bureau of Investigation (FBI), responsável pela investigação dos cybercrimes nos Estados Unidos, afirmou que a prática afeta a própria existência do país. Não só. Como ocorreu no recente episódio Moro, a invasão de privacidade afronta um dos direitos constitucionais mais gratos ao indivíduo.

O cenário sombrio convoca os serviços de segurança mundiais a enfrentar uma realidade nova e desafiadora – preparar-se para a cyberguerra. Há que investir na prevenção de novos ataques. Não constitui tarefa fácil. O inimigo – transnacional, sem identidade e sem foco definido – é cachorro grande. Para confrontá-lo, só outro cachorro grande.


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