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Estado de Minas

O "trem" desencarrilhou

Não se deve ser injusto em colocar essa responsabilidade apenas no colo do governo que assumiu recentemente


postado em 21/05/2019 04:10


É nítida a lembrança do Dr. José Alencar, em um Dia da Indústria, enaltecendo Minas ser terra de empreendedores e que quando não estão engenhando, o coração se apequena. Sua fala não escondia a angústia em apontar o descaso do governo central da época para com as BR's que atravessam o estado, mesmo do alto do seu posto no Planalto. A lente da história trouxe, depois, clareza do travo do vice-presidente da República.

Sem convergências de nossas lideranças, sobreveio um indesejável apagão no articular interesses vitais aos mineiros em uma economia já expondo sinais visíveis de envelhecimento com a sua plataforma de infraestrutura em cadente processo de atrofiamento. Passivamente, fomos presenciando um brutal alijamento do estado dos grandes investimentos nacionais.

Minas viu-se reacomodada em vagões de 2ª classe. Houve dispersão, involuntária, de lideranças públicas e do setor privado ao não perscrutar, adequadamente, a realidade e deixar de planejar e executar medidas no reequipar o estado naquilo que é estruturalmente vital à competição: seus ativos de infraestrutura.

São nítidos os sinais de que a economia regional veio afrouxando o seu ritmo. Entre as consequências imediatas, desabou a arrecadação tributária. A indústria de base, sem encomendas, a infraestrutura, em pedaços, elevaram o custo da logística. Já de muito tempo olvidou-se em iniciar a diversificação econômica do estado e que a mesma fosse assentada em uma infraestrutura customizada, concessionada e melhor balanceada nos três modais de transportes.

É inconcebível um estado da nossa dimensão, até hoje, não ter a antiga BR-3 totalmente duplicada, da mesma forma a BR-040, que leva ao Planalto Central, a BR-381 e BR-116 no eixo sul-norte e a BR-262 que leva o Triângulo ao mar. Hirtos, vamos assistindo a devolução de concessões, que, inexoravelmente, postergarão os investimentos às calendas. A indústria perdeu investimentos estratégicos. Outros, a consagrarem a entrada definitiva do estado na nova economia, ficaram pelo meio do caminho. A mineração, seu principal pilar, deixou de ser modernizada.

Minas desencarrilhou! É constatação amarga. Urge um exercício de humildade na busca de se convergir para um só rumo e, sem arroubos de protagonismo, voltar a planejar o futuro e como financiá-lo. É obrigação inarredável voltarmos a gerar mais riqueza e menos lamúrias e oferecer legado condizente às gerações futuras.

O Brasil do pós-guerra deve muito aos mineiros, aos seus engenheiros, aos feitores de pontes, usinas e estradas. Tem dívida eterna para com os seus filhos visionários como Juscelino Kubitscheck, Lucas Lopes, Rondon Pacheco e, na ativa, Dr. Camilo Pena e Alisson Paulinelli, que redefiniram as fronteiras físicas e do agronegócio no país; que acenderam a luz e permitiram a industrialização do país; que criaram novas fontes de energia e que revolucionaram, para sempre, o campo.

Fico perguntando-me como estará JK no céu, vendo o Brasil aclamado como o maior celeiro de proteína vegetal e animal do planeta e não enxergar Minas dentro da plataforma nacional da logística do alimento – O Corredor Leste, a ferrovia Unaí/Triângulo Mineiro-Espírito Santo. Vários outros corredores, de norte ao sul, estão em plena operação e/ou finalizando a sua viabilização e nós, com o 'trem' desencarrilhado.

Não é assimilável ver o governo federal, ainda que tenha legitimidade à tanto, bater-se por uma ferrovia greenfield no estado do Mato Grosso, pelas mãos do empreendedorismo da Vale financiada com os recursos de futura outorga a ser pago pela antecipação da concessão da Vitória-Minas e o nosso corredor de fora. Trata-se da mesma Vale, a dona da FCA, essa mesma companhia que veio minerando por décadas nessas montanhas. É impensável não consolidar por aqui um corredor – classe mundial – para o transporte de grãos e fertilizantes sem comprometer a Vitória-Minas na descida do minério de ferro e na chegada do carvão em nossas usinas. Quem anda decidindo pelos interesses maiores dos mineiros?

É preciso lançar pontes para o futuro! E não se deve ser injusto em colocar essa responsabilidade apenas no colo do governo que assumiu recentemente, ainda que todo trem, para seguir nos trilhos, precisa da locomotiva a engrenar as trações no tempo certo, a vencer as montanhas, ganhar a planície e chegar ao mar.


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