A inércia da economia brasileira começa a preocupar o governo e o setor produtivo. Enquanto, no Congresso, já começaram as batalhas pela aprovação da reforma da Previdência – que promete equilibrar as contas no futuro –, os indicadores que vêm das ruas reclamam atenção. Desemprego em alta, produção industrial em baixa e uma tensa tendência dos índices de confiança acendem o alerta da equipe econômica, que já trabalha para tentar reverter esses números.
Dados divulgados na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a taxa de desemprego no Brasil subiu para 12,7% no trimestre encerrado em março, atingindo 13,4 milhões de pessoas. Na sexta-feira, vieram os números da produção industrial, que recuou 1,3% em março, na comparação com fevereiro, e já acumula queda de 2,2% este ano.
Os índices de confiança medidos pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que apontam como andam os ânimos do mercado para o futuro, reforçam o alerta. Na indústria, a confiança recuou 1,8 ponto em março. No comércio, o tombo foi de 3,2 pontos, no setor de serviços, 3,5, e junto ao consumidor – que segura a ponta do fio desencapado de uma economia estagnada -, a confiança caiu 5,1 pontos em março, sempre em relação a fevereiro.
Os números permitem dizer que, muito além do Planalto, a demora na retomada da economia preocupa a quem emprega e a quem depende do emprego no país. Por outro lado, não há transformação que se dê sem esperança, o que aumenta a responsabilidade da equipe econômica, que precisa atuar com urgência para promover a geração de empregos.
Também o Congresso, no entanto, tem grande contribuição a prestar neste momento. Ao agilizar ao máximo a tramitação da reforma, o Legislativo contribui sobremaneira para que o país retome o passo e, com uma perspectiva mais otimista em relação ao futuro, acerte o que, pontualmente, possa obstruir o fluxo rumo ao desenvolvimento.
Superar e retomar, neste momento, é tarefa que conta com todos.
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