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Diálogo em vez de armas

O bom senso recomenda que o Brasil retome a tradição do Itamaraty e atue diplomaticamente para que haja uma transição pacífica


postado em 02/05/2019 05:10

As ruas de Caracas, capital da Venezuela, estão tomadas por aliados e opositores ao governo de Nicolás Maduro. O levante da oposição — Operação Liberdade —, iniciado na terça-feira sob a liderança do autoproclamado presidente Juan Guaidó, está longe de alcançar o objetivo: a deposição de Maduro do Palácio de Miraflores, sede do governo central. Nos confrontos entre os dois grupos e a ação policial para conter os rebeldes, na terça-feira, resultou em mais de 100 pessoas feridas.


Guaidó disse ter ao seu lado militares, mas isso não se confirmou. Na realidade, ele não conseguiu arregimentar integrantes do alto escalão das Forças Armadas, mesmo com o total apoio dos governos dos Estados Unidos e 11 outras nações da América do Sul, entre elas o Brasil, que formam o Grupo de Lima. A sublevação foi frustrada. Maduro venceu o primeiro embate.


Na noite de terça-feira, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, garantiu que a Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb) “se mantém firme em defesa da Constituição Nacional e de suas autoridades legítimas”. Ele rechaçou o “movimento golpista que pretende encher o país de violência”. Ou seja, o generalato venezuelano segue ao lado de Maduro, cujo governo é respaldado por China, Rússia, Cuba e Irã, que se opõem a eventual intervenção norte-americana.


O Grupo de Lima se reunirá amanhã para, mais uma vez, discutir o agravamento da crise política, econômica e humanitária venezuelana. Há consenso de que Nicolás Maduro deve renunciar ao cargo de presidente, decisão que, dificilmente, será aceita pelo sucessor de Hugo Chávez, há seis anos no cargo.


A busca de uma solução diplomática a fim de pacificar a nação vizinha se impõe ante a combalida economia, com inflação superior a 10.000% ao ano, o flagelo social enfrentado pela população, pela falta de alimentos, remédios e elevadíssima taxa de desemprego. Uma opção belicista equivaleria à tentativa de extermínio de um povo. A produção de petróleo caiu e não mais garante receita adequada às demandas da sociedade. Ou seja, o país ruma à insolvência.


O governo brasileiro acertou ao descartar a possibilidade de o território nacional ser usado como base para uma intervenção militar norte-americana, opção que, repetidas vezes, o governo de Donald Trump avisa que não está descartada, com intuito de tirar Maduro do poder.


No entanto, o bom senso recomenda que o Brasil, pela sua importância econômica e política na América do Sul, retome a tradição do Itamaraty e atue diplomaticamente para que haja uma transição pacífica na nação vizinha. O país tem autoridade para levar avante essa construção, evitando que a tensão descambe para uma guerra civil, com consequências inimagináveis para o continente. A paz é possível desde que o diálogo, com sobriedade e sabedoria, leve ao entendimento em lugar do uso das armas.


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