Três meses depois da tragédia ocorrida em Brumadinho, ainda há perguntas a responder. Para que as famílias dos 233 mortos e 37 desaparecidos tenham ao menos algum tipo de conforto, é preciso esclarecer de vez os motivos do rompimento da barragem do Córrego do Feijão. Também devem prosseguir as buscas pelos restos mortais das vítimas não identificadas – e, neste sentido, merece ser destacado o trabalho incansável dos oficiais do Corpo de Bombeiros e outros agentes públicos ainda envolvidos em um trabalho árduo e minucioso. Zelar pela memória dos que perderam a vida e cuidar, de forma exemplar, dos que ficaram.
Mas, enquanto as investigações avançam, é necessário que a atividade mineradora seja retomada no estado. Sob padrões rigorosos de segurança, claro; muito mais rigorosos do que os instaurados até agora. Em um país com a economia já combalida por um quadro de profunda e duradoura recessão, que somente nos últimos meses emitiu sinais tênues de recuperação, a mineração tem papel crucial. Responde por 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, gerando 200 mil empregos diretos e mais de 2 milhões de postos indiretos, segundo os recentes levantamentos. Sem a mineração, a recuperação brasileira se torna ainda mais difícil, para não dizer impossível.
Para Minas Gerais, o quadro é ainda mais dramático.
Pelos motivos acima elencados, potencialmente agravados pelas consequências do aumento do desemprego nos municípios afetados, não se pode impor uma punição generalizada, e permanente, a um dos setores que mais contribuem para o desenvolvimento do Brasil. A sociedade exige respostas – e essas devem ser fornecidas pelas autoridades para a devida condenação dos responsáveis. Mas é preciso olhar para a frente e dimensionar a importância econômica da plena retomada da atividade da mineração, desde que exercida com segurança e responsabilidade social.
Frases
"Espero que seja construído dentro do mês de maio e
do mês de junho"
.Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, ao dizer que espera que a reforma da Previdência tenha um cronograma de discussão nos meses de maio e junho na comissão especial
"Por mais que a gente fale, o Planalto não nos escuta"
. Capitão Augusto (PR-SP), vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, ao deixar a vice-liderança .