Já ouviu falar em iatrogenia? Termo bastante conhecido por profissionais da saúde, se refere a danos causados ao paciente em razão de tratamentos a que ele se submete. Em idosos, essa situação se agrava, principalmente, pelo fato de consultarem diversos especialistas, simultaneamente. Dessa forma, deve-se tomar conhecimento dos efeitos colaterais dos medicamentos, comprar medicamentos com receita médica, evitar a automedicação, procurar ter sempre um médico gestor para conversar com toda a equipe que atende o paciente.
Os efeitos colaterais da iatrogenia em idosos são tonteira, confusão mental, boca seca e aumento do risco de queda, entre outros. Existem duas formas de controlar essa doença: por meio do Critério de Beers, que consiste em uma listagem de medicamentos considerados inapropriados e/ou pouco seguros para serem administrados em idosos, e o Critério Stopp e Start, uma ferramenta de rastreio que ajuda médicos e farmacêuticos na detenção de potenciais erros na prescrição de medicamentos.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população está vivendo cada dia mais. O número de idosos cresceu 18% nos últimos cinco anos e estima-se que, em 2020, um quinto da população será de idosos. A previsão para 2050 é de que toda a terceira idade brasileira salte de 9.5% para 21.8%. Diante desse cenário, a área da saúde tem investido em mudanças para promover a melhoria das condições de vida dos idosos por meio da prática de exercícios físicos, alimentação saudável, check-ups frequentes, exames minuciosos e equipes de saúde especializadas.
Por isso, é tão importante pensar no futuro. Chegar à melhor idade (como chamamos hoje) ativo, saudável e com a certeza de que é cuidado por profissionais competentes. Mas essa é uma decisão a ser tomada desde jovem, por dois motivos: os bons hábitos se refletirão no futuro e o planejamento também garantirá segurança, tranquilidade e qualidade de vida.
É importante que o idoso seja acompanhado de maneira multidisciplinar. O ideal é que a responsabilidade não seja restrita apenas à família, para não sobrecarregar ninguém e, muitas vezes, frustrar o paciente, que sente o cansaço e a impaciência de quem está com ele, desempenhando vários papéis. Além do cuidador ou enfermeiro, profissionais como psicólogos, fisioterapeutas e nutricionistas devem ser envolvidos ao máximo no processo.
Esse idoso deve participar de atividades com que tenha prazer em executar e promovam uma melhora em sua qualidade de vida. Ele não pode ficar recluso em casa, precisa socializar, se mexer, ter contato com a natureza, ter uma rotina na qual se sinta ativo.
Contar com profissionais qualificados ainda proporciona uma gestão especializada da medicação. Há diversas formas de mantê-los organizados de modo a facilitar o uso correto de cada um, evitando, assim, as ocorrências de iatrogenia.