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Desconfie de gurus

Desconfie de tudo que pareça fórmula de sucesso, pronta para você, bastando que um ser iluminado lhe entregue (a um alto preço, é claro)


postado em 09/04/2019 05:06


Nos negócios, nos relacionamentos e na vida, o mundo nos desafia com incertezas, volatilidade, confusão, complexidade, caos, ambiguidades e muito mais. Diante dos desafios, as pessoas, em geral, e de modo particular os líderes, recebem recomendações de todo tipo – ser mais focado, desenvolver resiliência, ter visão sistêmica, dialogar mais com as diferenças, criar soluções envolvendo as pessoas, ser mais empático, desenvolver paciência e tolerância.

 A lista não tem fim, porque são inúmeras as dificuldades que a pessoa, em sua forma única de ver, reagir e interagir encontra em diferentes momentos e circunstâncias de sua vida, em sua ânsia por sentir-se mais cômodo, contente, seguro, ou por ser capaz de agir e atuar com maior efetividade e alcançar sucesso, de se relacionar melhor, ou, ainda, de ocupar com excelência o lugar e o papel que lhe cabem no contexto em que se encontra.

As dificuldades das pessoas, individualmente consideradas, se ampliam e adquirem ainda maior complexidade nas coletividades – equipes de trabalho, círculos de relacionamentos etc. Entre tantas razões, uma delas é de que se uma pessoa tem um grau de autonomia e "comando central" (se me levanto da cadeira, levanto-me inteiro, nenhuma parte de mim deixa de vir junto), as coletividades não são assim, de modo que é virtualmente impossível encontrar posições verdadeiramente unânimes onde quer que haja duas ou mais pessoas (e já o disse Nelson Rodrigues: "Toda unanimidade é burra"). Assim, construir equipes que olhem na mesma direção e vão juntas na ação não é tarefa para amadores.

Sempre que enfrentam desafios impostos pelo ambiente, as organizações privadas e públicas, e também as pessoas, se veem diante de um difícil dilema: como ser algo novo, se só o que sei (sabemos) é ser o que sou (somos)? Como pensar de modo diferente, se só o que sabemos é pensar como pensamos? Como agir de outras maneiras, se só o que sabemos é agir como agimos? Como construir equipes, sistemas, planos, estratégias novas, se só o que sabemos são o que temos construído até agora?

Cada desafio, cada dificuldade, cada dor decorre de que essencialmente estamos identificados com o problema do qual estamos tentando escapar. Somos o problema. E pior: nos orgulhamos dele... Não? Basta olhar para a forma como cada pessoa se gaba de ser como é, embora suas características, frequentemente, imponham dificuldades para si e para os outros. E o mesmo acontece com as coletividades. Orgulhamo-nos de ser a empresa que somos, o país que somos. Dito de outra forma: reclamamos, mas ao mesmo tempo nos orgulhamos.

Construir novos modos de ver as coisas, hábitos novos, equipes novas, processos e estratégicas novas, não é tarefa simples. Requer ver com coragem o modo atual e desfazer a identificação com ele, gradativamente. Mas sem o negar. Reconhecendo o que ele tem de bom, como nos serviu até agora. E reconhecendo de que modos ele nos impediu de ir além. Qualquer coisa diferente disso vai gerar sombras, partes negadas, despossuídas que mais cedo ou mais tarde vão cobrar a conta de sua negação.

E a condução desse processo de mudança – necessário e doloroso – requer daquele que auxilia uma capacidade de cuidado e compaixão, de senso prático e flexibilidade, de escuta e empatia, de reconhecimento das capacidades daquele que busca a mudança como matéria-prima primordial da construção da mudança que é somente dele.

Desconfie de gurus. Desconfie de quem acha que vai ensinar a você como viver (ou seja, igual àquele que ensina). Desconfie de tudo que pareça fórmula de sucesso, pronta para você, bastando que um ser iluminado lhe entregue (a um alto preço, é claro).

Coaching, pra valer, é sobre construir para cada pessoa, e para cada coletividade, o que é importante para ela – não para o suposto guru. E isso requer rigor, cuidado e arte. O protagonista principal, não duvide, só pode ser você que busca uma transformação de algo em você que é importante para você, para as coletividades das quais participa ou para o mundo. O coach (profissional de coaching) é apenas um instrumento a seu serviço.

 


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