O descrédito do Supremo Tribunal Federal (STF), provocado por decisões inusitadas e por declarações inconvenientes de alguns de seus ministros, afeta a estrutura institucional do país. Atinge a imagem daquela corte, repercute negativamente na opinião pública e fere o Judiciário, supostamente a base mais sólida da democracia, que se sustenta na tripartição dos poderes.
A decisão da maioria de seis a cinco dos integrantes daquele tribunal, com o voto de desempate do presidente Dias Toffoli, transferiu da Justiça comum para a Justiça Eleitoral(!), a competência para processar e julgar crimes do chamado "caixa 2", aquele praticado por políticos em busca de recursos não declarados para suas campanhas, ou para disfarçar doações desviadas quase sempre para seus próprios bolsos.
A repercussão foi negativa nos meios jurídicos, nas áreas político-partidárias mais conscientes, e revoltou a opinião pública. Todos perceberam o objetivo da mudança: ferir de morte a Lava-Jato do juiz, hoje ministro da Justiça, Sérgio Moro. Condenados poderão recuperar a liberdade anulando seus julgamentos pela Justiça Federal, reabrindo-os nos tribunais eleitorais, não preparados para esse tipo de julgamento.
Encerrada a sessão do STF, a reação já estava nas redes sociais, no noticiário da imprensa, nas manifestações de rua. O protesto abrangeu outra estrepolia do mesmo Dias Toffoli. Logo depois dos seis a cinco, o presidente imprudente ampliou a revolta e o descrédito do Supremo, ao comunicar, sem consultar o plenário, a abertura de inquérito para apurar e punir ofensas feitas (não disse por quem) a ministros e a seus familiares. Ou seja, as vítimas, os ministros, julgando os que os ofenderam.
O estranho, no caso do caixa 2 e na abertura de inquérito interno, é o comportamento dos ministros que, acredita-se, não concordariam com a transferência inusitada e com o inquérito inédito na história da mais alta (era, pois apequenou-se) corte de Justiça do país. Um deles, Marco Aurélio de Mello, disse que teria votado contra, no caso do inquérito, se votação houvesse.
O CUBÍCULO
O prédio é imponente. Construído sem preocupação de economia. Tudo, material, instalações, equipamentos, acabamentos da melhor e mais cara qualidade. Afinal, abrigaria uma das empresas mais ricas da nossa não mais tão rica Minas Gerais. A sede da Cemig, é dela que estamos falando, esbanja luxo e grandiosidade.
O introito longo e ufanista se justifica para realçar o lado de chumbo da moeda de ouro. Como é possível, em um ambiente requintado, destinar um cubículo desconfortável para atender exatamente àqueles que, com as contas de luz que pagam, ajudaram a construir e sustentar aquilo tudo? O cubículo, um espaço mínimo dentro de um hall imenso na entrada da Avenida Barbacena, destoa e agride a beleza e o conforto do palácio arquitetônico. É usado desde os tempos petistas no governo. Mas a sua permanência, reclamam os usuários, não se coaduna com as promessas de melhorias e mudanças anunciadas pelos novos governantes.
A nova diretoria, agora comandada por Cledorvino Belini, um respeitado e vitorioso empresário que fez história na presidência da Fiat, certamente não concordará com o desrespeito com que são tratados os consumidores da energia gerada pela estatal.
Os críticos contumazes e destituídos de respeito pelo cidadão comum poderão dizer que o assunto aqui levantado é pequeno, insignificante no rol dos problemas, dos abusos, das falhas e das carências herdado pelos atuais administradores do estado. Esquecem-se, certamente, de que é das pequenas coisas, das providências saneadoras de qualquer tamanho, que se constrói uma sociedade justa e correta. Os que por ali, o tal cubículo, já passaram e sofreraram, sabem do que estamos falando.
A ESPUMA
Para encerrar: a esquerda que domina os meios de comunicação espuma sua inveja contra o sucesso da missão cumprida pelo presidente Jair Bolsonaro no encontro com Trump, na Casa Branca.
PRISÃO
Já fechando meu espaco escrito semanal, vejo pela TV que mais um ex-presidente, Michel Temer, foi preso. O que amplia a desconfiança do mundo no nosso país. Mas tudo bem, que sejam apurados os posíveis crimes que ele teria cometido. O que não entendo é aquele soldado com uma metralhadora na mão acompanhando o frágil, assustado e pacífico prisioneiro. Um exagero humilhante, sem dúvida..