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Venezuela, de mal a pior


postado em 09/03/2019 05:04

A situação da Venezuela é tão inverossímil que poderia inspirar uma obra de realismo mágico. O país convive com dois presidentes. Nicolás Maduro, eleito mas não reconhecido por grande parcela da comunidade internacional, sustenta-se graças ao apoio das Forças Armadas. Juan Guaidó, autoproclamado e aceito por mais de 50 países, entre os quais Brasil, Estados Unidos, a maior parte das nações americanas e europeias, comanda a oposição, que cresce e se fortalece.   

O mandatário de fato, ungido por urnas fraudulentas, fala, mas o que diz não se concretiza. Entre os tantos exemplos, um sobressai. Guaidó foi proibido de deixar o país. Desobedeceu. Atravessou a fronteira colombiana e empreendeu visitas a Brasil, Paraguai, Argentina e Equador, em todos recebido como chefe de Estado. Segundo Maduro, seria preso ao retornar. Não foi.

Desembarcou sem contratempos no Aeroporto Simón Bolívar, o mais importante do país. Embaixadores europeus, entre os quais da Alemanha, França e Espanha, o esperavam em comitiva. Passou pela alfândega e caiu nos braços da multidão que o aguardava. Em solo pátrio, convocou manifestações e se reuniu com grupos organizados, incluídos sindicatos de trabalhadores.   

Na quinta-feira à tarde, um apagão deixou o país às escuras por 20 horas. Além dos prejuízos causados a residências e estabelecimentos comerciais, voos foram suspensos e escolas fechadas. Metrô e sistema ferroviário ficaram parados. Celulares sem carga comprometeram as comunicações.   

O governo, antes de proceder à apuração das causas do desastre, atribuiu o blecaute a sabotagem ou a ataque sofisticado à hidrelétrica de Guri, a maior do país – a mesma que fornece eletricidade para o estado de Roraima, que, afetado, precisou ativar as cinco hidrelétricas de que dispõe para não ficar sem luz.   

Hoje se anuncia mais um confronto que aumenta a tensão e robustece a interrogação sobre o futuro do país. De um lado, Juan Guaidó convocou manifestações contra o regime de Maduro. Por outro, Maduro conclamou os apoiadores para lhe demonstrarem apoio. Repete a tática que impediu a ajuda humanitária de cruzar as fronteiras de Brasil e Colômbia.

O clima se torna mais denso quando se sabe que Caracas se debate em meio a uma crise política, econômica e social de extrema gravidade. A inflação ultrapassa inimagináveis sete dígitos – 1.000.000%. A estatal do petróleo PDVSA, a única fonte de divisas do Estado, sucateada, encontra-se em franca decadência.   

O desabastecimento de comida e remédios, o aumento da violência, a censura à imprensa, o uso de força desproporcional contra a oposição e a falta de perspectivas levaram milhares de pessoas a fugir do país, num fluxo migratório inédito na América do Sul. Os acontecimentos de hoje poderão mudar o rumo da história. Ou não.


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